São Paulo, domingo, 21 de novembro de 2010

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Para ONU, Ceuta e Melilla são espanholas

DO ENVIADO A CEUTA

Embora contestada pelo Marrocos, a soberania da Espanha sobre os enclaves de Ceuta e Melilla é amplamente reconhecida.
A ONU e a União Europeia consideram as cidades uma extensão do território espanhol.
Mas muitos países da Liga Árabe e da União Africana apoiam Marrocos, que reivindica os enclaves desde que conquistou a independência da França, em 1956.
Situados perto do estreito de Gibraltar, área de histórica importância estratégica e comercial, os enclaves sempre foram disputados por árabes, berberes, ibéricos e até vikings.
O domínio mudou de mãos muitas vezes, o que dificulta o debate sobre a legitimidade de soberania.
Rabat diz que os territórios são resquícios do colonialismo europeu na África, e lembra que dinastias islâmicas controlavam as áreas já no século 8.
Marrocos alega que a natureza da reivindicação sobre Ceuta e Melilla é a mesma que a Espanha manifesta em relação a Gibraltar, em poder da Grã-Bretanha desde 1714.
Madri nega o paralelo e diz que, após retomar a península Ibérica dos árabes, a coroa espanhola reina sobre os enclaves desde o século 15, muito antes da formação do Marrocos como Estado-nação.
Os moradores muçulmanos das áreas viveram num limbo jurídico até os anos 80, quando receberam cidadania espanhola.
Madri hoje incentiva nativos da península a migrar para os enclaves para compensar o crescimento demográfico da população muçulmana.

ACESSO RESTRITO
Marroquinos que moram perto dos enclaves têm direito de entrar livremente. Os demais precisam pedir visto.
O vaievém na fronteira sustenta a economia dos enclaves, que vivem do status de zona franca, paraíso de turistas e contrabandistas marroquinos.
Mas a tensão é latente. Visitas de líderes espanhóis sempre enfurecem Rabat. Em 2002, os dois países quase entraram em guerra por causa de uma ilhota no Mediterrâneo.


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