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Notícia fragiliza a estratégia de Cristina
Buenos Aires e Caracas negam laços oficiais com Wilson
DE BUENOS AIRES
A informação de que Guido
Antonini Wilson teria estado
na Casa Rosada ao mesmo tempo em que o presidente Hugo
Chávez assinava convênios
com Néstor Kirchner reforça
sua proximidade com o governo venezuelano e abala a estratégia argentina e venezuelana
de qualificar como "operação
de inteligência" do governo dos
EUA a acusação de que o dinheiro apreendido com Wilson
no aeroporto de Buenos Aires
era uma doação de Chávez para
Cristina.
Antes, já havia fortes indícios
de que Wilson tinha ligações
com o governo venezuelano e
com a estatal PDVSA, a começar pelo fato de ele ter estado
no avião fretado no qual chegou
à Argentina em 4 de agosto supostamente a convite do filho
de um diretor da estatal. Wilson também esteve em uma visita a Montevidéu como membro da comitiva do governador
chavista Johnny Yánez.
Ontem, nenhuma autoridade
do governo argentino comentou a informação de que Wilson
teria estado na Casa Rosada. O
único que fez declarações sobre
o caso da mala, o chefe-de-gabinete de Cristina, Alberto Fernández, falou antes da revelação da procuradora Maria Luz
Rivas Diez.
Fernández voltou a apontar
na direção do governo americano. Disse que há "uma situação
difícil" na relação com os EUA.
"Não há muito sentido em continuar atirando lenha ao fogo, o
fogo está aceso e há que ver como se resolve. Mas quem tem
que resolver esse conflito são
os EUA, que criaram essa situação", afirmou.
Anteontem, a Câmara e o Senado argentinos, ambos de
maioria governista, haviam
aprovado moções de repúdio
contra os EUA por ofender
Cristina. Um dos principais argumentos do governo argentino contra os EUA é que, após
quatro meses, o governo americano não atendeu o pedido feito pela Justiça argentina de extradição de Wilson, sob acusação de tentativa de contrabando. O governo diz que não pode
investigar o caso sem essa extradição.
(RODRIGO RÖTZSCH)
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