São Paulo, sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

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Bush ficará calado sobre fitas da CIA

Presidente dos EUA diz aguardar conclusão de investigações sobre a destruição de vídeos que exibiriam tortura de presos

Em balanço de 2007, o americano disse estar cuidando da economia e manifestou "esperança" nas capacidades de Putin

Ron Edmonds/Associated Press
Bush alega que só soube da existência dos vídeos neste mês


DA ASSOCIATED PRESS

O presidente dos EUA, George W. Bush, disse ontem que não se pronunciará sobre a destruição de vídeos de interrogatórios pela CIA (agência de inteligência do país) até que diversas investigações sejam concluídas. A destruição, no final de 2005, de gravações que mostrariam práticas de tortura contra dois suspeitos de terrorismo está sendo investigada pelo Departamento de Justiça, pela própria CIA e por diversas comissões do Congresso.
Em colaboração com a investigação da Comissão de Inteligência da Câmara, a CIA abriu ontem a seus membros os arquivos com documentos relacionados à destruição das fitas. A agência também prometeu permitir que seu mais graduado advogado, John A. Rizzo, testemunhe sobre o caso. Bush manteve a linha de argumentação da Casa Branca, de que ele não sabia da existência das gravações ou de sua destruição até Michael Hayden, o diretor da CIA, o ter informado dos fatos no começo deste mês.
Um juiz federal convocou advogados do Departamento de Justiça para que discutam com ele hoje se a destruição representa violação de uma ordem judicial de 2005, sobre a preservação de provas em um processo aberto em nome dos prisioneiros em Guantánamo. Bush disse crer que as investigações em curso "permitirão que todos nós descubramos o que aconteceu". "Até que essas investigações estejam concluídas, eu não darei opiniões."
Tratando de assuntos internos, em uma coletiva em Washington, Bush criticou o Congresso por haver incluído em um projeto de Lei Orçamentária, de US$ 555 bilhões, centenas de itens que ele qualificou de perdulários. Mas elogiou a Casa por não ter previsto o aumento de impostos para 2008.

Crise e política externa
O presidente também se manifestou sobre os efeitos da crise de crédito imobiliário no país. "Preocupa-me o fato de os americanos estarem vendo alta em seus custos. Estamos tratando dessas questões." Bush ainda falou, cautelosamente, da democracia na Rússia de Vladimir Putin. O presidente russo acaba de ser eleito a "personalidade do ano" pela "Time". "Presumo que ele tenha sido escolhido porque é um líder influente", disse Bush. "E a pergunta é determinar que forma tomará essa influência (...) Minha esperança é que a Rússia seja um país que compreenda a necessidade de equilíbrio entre os poderes". Quanto ao Iraque, declarou que resta muito a fazer, especialmente em termos de melhorias políticas no país.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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