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Bush ficará calado sobre fitas da CIA
Presidente dos EUA diz aguardar conclusão de investigações sobre a destruição de vídeos que exibiriam tortura de presos
Em balanço de 2007, o americano disse estar cuidando da economia e manifestou "esperança" nas capacidades de Putin
Ron Edmonds/Associated Press
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Bush alega que só soube da existência dos vídeos neste mês |
DA ASSOCIATED PRESS
O presidente dos EUA, George W. Bush, disse ontem que
não se pronunciará sobre a destruição de vídeos de interrogatórios pela CIA (agência de inteligência do país) até que diversas investigações sejam
concluídas. A destruição, no final de 2005, de gravações que
mostrariam práticas de tortura
contra dois suspeitos de terrorismo está sendo investigada
pelo Departamento de Justiça,
pela própria CIA e por diversas
comissões do Congresso.
Em colaboração com a investigação da Comissão de Inteligência da Câmara, a CIA abriu
ontem a seus membros os arquivos com documentos relacionados à destruição das fitas.
A agência também prometeu
permitir que seu mais graduado advogado, John A. Rizzo,
testemunhe sobre o caso.
Bush manteve a linha de argumentação da Casa Branca, de
que ele não sabia da existência
das gravações ou de sua destruição até Michael Hayden, o
diretor da CIA, o ter informado
dos fatos no começo deste mês.
Um juiz federal convocou advogados do Departamento de
Justiça para que discutam com
ele hoje se a destruição representa violação de uma ordem
judicial de 2005, sobre a preservação de provas em um processo aberto em nome dos prisioneiros em Guantánamo.
Bush disse crer que as investigações em curso "permitirão
que todos nós descubramos o
que aconteceu". "Até que essas
investigações estejam concluídas, eu não darei opiniões."
Tratando de assuntos internos, em uma coletiva em Washington, Bush criticou o Congresso por haver incluído em
um projeto de Lei Orçamentária, de US$ 555 bilhões, centenas de itens que ele qualificou
de perdulários. Mas elogiou a
Casa por não ter previsto o aumento de impostos para 2008.
Crise e política externa
O presidente também se manifestou sobre os efeitos da crise de crédito imobiliário no
país. "Preocupa-me o fato de os
americanos estarem vendo alta
em seus custos. Estamos tratando dessas questões."
Bush ainda falou, cautelosamente, da democracia na Rússia de Vladimir Putin. O presidente russo acaba de ser eleito
a "personalidade do ano" pela
"Time". "Presumo que ele tenha sido escolhido porque é um
líder influente", disse Bush. "E
a pergunta é determinar que
forma tomará essa influência
(...) Minha esperança é que a
Rússia seja um país que compreenda a necessidade de equilíbrio entre os poderes".
Quanto ao Iraque, declarou
que resta muito a fazer, especialmente em termos de melhorias políticas no país.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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