São Paulo, segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

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Popularidade de Berlusconi sobe após ataque

Aprovação a premiê italiano vai de 48,6% a 55,7% na primeira pesquisa divulgada depois de ele ter sido agredido com suvenir

Em primeiras declarações públicas após episódio, governante acusa oposição e mídia de criarem clima político propício à agressão

Fabrizio Radaelli - 18.dez.09/France Presse
Flores são entregues na residência nas proximidades de Milão onde o primeiro-ministro Silvio Berlusconi se recupera de agressão

DA REDAÇÃO

A aprovação ao primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, subiu sete pontos após a agressão sofrida pelo político conservador há uma semana e superou a barreira dos 50%.
Uma pesquisa feita pelo instituto Ispo e divulgada ontem pelo jornal "Corriere della Sera" mostra que 55,9% dos italianos aprovam Berlusconi, contra 48,6% na pesquisa anterior, de novembro.
O levantamento mostra que a avaliação positiva do premiê avançou principalmente entre os jovens e os católicos -Berlusconi foi atingido no rosto com uma réplica da catedral de Milão.
A agressão perpetrada por Massimo Tartaglia, 42, deixou o primeiro-ministro com o nariz fraturado e dois dentes quebrados. Após passar quatro dias no hospital, ele se recupera desde quinta-feira em sua casa nos arredores de Milão, com recomendação médica de repousar por 15 dias.
De lá, o premiê falou ontem pela primeira vez em público sobre a agressão, por meio de um telefonema ao líder de seu partido, o PDL (Povo da Liberdade), em Verona, nordeste do país, onde foi realizado ontem um comício em apoio ao primeiro-ministro.

"Mente fraca"
Berlusconi culpou o clima de crispação política no país pela agressão que sofreu. Nos últimos meses, o premiê viu seu nome envolvido em escândalos sexuais e judiciais que motivaram uma pressão da oposição para que renunciasse ao cargo.
"Está claro para todos que, se acusam um primeiro-ministro de corromper adolescentes e testemunhas, se o acusam de atentar contra a liberdade de imprensa, de ser um mafioso, um genocida e um tirano, então alguém com mente fraca pode ser convencido de que matar o tirano faria dele um herói nacional", disse o premiê. Tartaglia tem um histórico de doenças mentais.
Berlusconi cobrou que, após esse episódio, a oposição aprenda a respeitar seus adversários políticos sem considerá-los inimigos. "Nós já o fazemos com os outros e gostaríamos que eles também o fizessem conosco", afirmou.
O primeiro-ministro disse que seguirá adiante "para o bem do país" e repetiu o lema que já vinha usando durante a semana em comunicados escritos: "O amor e a solidariedade sempre vencem a inveja e o ódio".
Berlusconi enfrenta processos por denúncias de suborno e evasão fiscal -as causas foram reabertas em outubro, depois que a Justiça considerou ilegal uma lei que dava imunidade ao premiê enquanto estivesse no cargo-, foi acusado de manter relações com menores de idade e prostitutas à margem de seu casamento e recentemente teve seu nome ligado à máfia.
O premiê contesta todas as acusações e as atribui a uma perseguição da imprensa e de juízes "esquerdistas".


Com agências internacionais

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