|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Appel, indiciado ontem, teria pago US$ 700 mil a premiê e filho, mas não há provas contra líder israelense
Empresário é acusado de subornar Sharon
DA REDAÇÃO
A Justiça israelense indiciou o
empresário David Appel sob a
acusação de ter subornado, no final dos anos 90, o premiê de Israel, Ariel Sharon, que na época
era chanceler, e o seu filho Gilad
Sharon.
O caso pode causar sérios problemas políticos e legais para Sharon. Opositores já pediam a sua
renúncia ontem. O premiê está
sendo investigado em outro caso
de corrupção, mas ainda não foi
condenado.
Autoridades do Ministério da
Justiça de Israel disseram ontem
que uma decisão sobre um eventual indiciamento de Sharon no
caso Appel poderá demorar semanas ou até meses. Por enquanto, não há provas contra o premiê.
Segundo o indiciamento, Appel,
um conhecido empreendedor do
setor imobiliário em Israel, teria
destinado US$ 100 mil a Gilad e
cerca de US$ 600 mil ao rancho da
família Sharon.
A quantia foi paga por meio de
Gilad, que foi contratado por Appel para promover um projeto de
um resort em uma ilha grega.
Como Gilad não tinha nenhuma experiência para o cargo para
o qual foi contratado, suspeita-se
que a contratação tenha sido uma
jogada para que o suposto suborno fosse pago à família de Sharon.
O empreendimento na Grécia
nunca foi levado adiante.
Em troca do dinheiro, Sharon
teria favorecido alguns empreendimentos imobiliários de Appel
em Israel. O vice-premiê de Israel,
Ehud Olmert, na época prefeito
de Jerusalém, também teria recebido suborno.
Appel ainda teria dado dinheiro
para Sharon disputar as primárias
do Likud em 1999.
Moshe Israel, advogado de Appel, disse que seu cliente é inocente. "Não houve suborno. Ninguém deu e ninguém recebeu",
disse Israel.
O premiê não comentou o indiciamento do empresário. Segundo assessores, ele trabalhava normalmente em seu gabinete.
Sharon também é suspeito, em
outro inquérito, de ter recebido
uma doação de US$ 1,5 milhão de
um empresário estrangeiro para a
sua campanha nas primárias de
1999.
O analista político Hanan
Crystal, da Rádio Israel, disse que,
se o caso for levado adiante, o ministro da Justiça, Yosef Lapid, poderia se retirar do governo junto
com os outros 15 parlamentares
do Shinui -um partido secular
que apóia o governo de Sharon.
Se isso acontecer, o premiê perderia a maioria no Knesset (Parlamento de Israel). "Há cerca de
50% de chances de indiciarem
Sharon", acrescentou o analista
jurídico israelense Moshe Negbi.
O ex-premiê e líder da oposição,
Shimon Peres (Partido Trabalhista), disse que Sharon deveria
apresentar publicamente a sua
versão do caso.
Por enquanto, ainda não há indícios de que esse escândalo esteja
afetando a popularidade de Sharon. Porém recente pesquisa indica que a maioria dos israelenses
defende que ele renuncie ao cargo
se for comprovado seu envolvimento em casos de corrupção.
Violência
Uma palestina de 31 anos foi
morta a tiros ontem no campo de
refugiados de Rafah (faixa de Gaza) durante operação do Exército
israelense para demolir 25 casas e
uma mesquita. Segundo Israel, os
tiros foram uma resposta a disparos feitos por membros de grupos
terroristas.
Na fronteira com o Líbano, não
houve confrontos ontem, após a
morte de um soldado israelense
na segunda-feira e o bombardeio
de posições do grupo extremista
islâmico Hizbollah anteontem.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Direitos humanos: Anistia critica execução em caso de crime de menor Próximo Texto: Ano do macaco: Chineses prevêem rendição de Bin Laden Índice
|