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Israel suspenderá por hoje bloqueio a Gaza
Permissão para entrada de combustível e remédios vem após pressão internacional, mas embargo deve ser mantido
Para Tel Aviv, Hamas está exagerando dimensão da crise de desabastecimento; corte de suprimentos foi resposta a ataques de Gaza
DA REDAÇÃO
O governo israelense anunciou que permitirá o envio, hoje, de uma leva de combustível
e remédios para a faixa de Gaza.
A região, controlada pelo grupo
radical islâmico Hamas, teve o
fornecimento de combustível
israelense cortado por Tel Aviv
na última quinta-feira, em retaliação a ataques de foguetes disparados contra Israel.
Como conseqüência do bloqueio, alega o Hamas, o combustível tem de ser desviado de
outras atividades para o fornecimento de energia a hospitais
e outros serviços de emergência. O governo israelense alega
porém que a crise está sendo
hiperdimensionada pelo grupo
islâmico, vencedor legítimo de
eleições parlamentares nos territórios palestinos em 2006.
Segundo relatório de 2007 da
ONU, os cerca de 1,5 milhão de
habitantes de Gaza utilizam
187 megawatts de energia elétrica, sendo 64% fornecidos
por Israel, 9% pelo Egito e os
27% restantes gerados na própria região. São esses 27%, dependentes de combustível de
fora, que estão prejudicados.
Israel afirma que os 64% que
fornece diretamente seguem
sendo transferidos.
O resultado palpável do embate israelo-palestino manifestou-se nas enormes filas que os
habitantes de Gaza enfrentaram ontem diante das poucas
padarias e postos de combustível ainda abertos. Anteontem a
única usina termoelétrica da
região foi já havia sido fechada.
"Que andem a pé"
O anúncio da suspensão do
bloqueio por um dia veio pouco
depois de o premiê israelense,
Ehud Olmert, declarar que não
o suspenderia nos próximos
dias. "No meu entender, os moradores de Gaza podem andar a
pé, sem gasolina em seus carros, porque eles têm um regime
assassino, terrorista", disse o
premiê aos colegas de seu partido, o Kadima.
Já depois do anúncio, o ministro da Defesa israelense,
Ehud Barak, defendeu mais
pressão sobre Gaza. Numa conferência sobre segurança, Barak afirmou que o território palestino deve permanecer sob
ataque israelense, para que a
população atingida por foguetes do Hamas fique tranqüila.
"Eu me importo mais com a
nossa tranqüilidade do que
com a deles", disse o ministro.
O Conselho de Segurança da
ONU informou que fará uma
reunião de emergência hoje para discutir a situação de Gaza.
De acordo com a rede de notícias britânica BBC, mais de
200 foguetes disparados de Gaza atingiram Israel desde a terça-feira da semana passada,
quando os israelenses iniciaram a mais recente onda de
ofensivas à faixa, matando até
agora 18 palestinos -há estimativas mais elevadas.
Desde o bloqueio imposto na
quinta, o governo israelense
tem recebido críticas da ONU e
da União Européia -e ontem
da Rússia-, que têm alertado
para as dimensões da crise gerada no território palestino. As
ações de Israel são as mais intensas desde a posse do Hamas.
Os recentes confrontos na
faixa de Gaza dão mais argumentos aos que desconfiam de
que o acordo de paz israelo-palestino, cuja retomada foi impulsionada pelos EUA em novembro do ano passado, na
Conferência de Annapolis, não
deve produzir resultados significativos.
Com agências internacionais
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