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HAITI EM RUÍNAS
Brasil destina R$ 340 mi para ajudar país caribenho
Famílias dos 18 militares mortos no sismo vão receber indenizações de R$ 500 mil
Presidente Lula participa de cerimônia em homenagem às vítimas de terremoto, a quem concedeu medalha por "mais nobre missão"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo brasileiro anunciou ontem que irá editar uma
medida provisória liberando
R$ 340 milhões para os ministérios da Saúde (R$ 135 mi) e da
Defesa (R$ 205 mi) utilizarem
em ações humanitárias no Haiti. Um projeto de lei assinado
ontem também irá conceder
indenizações às famílias dos 18
militares brasileiros mortos no
terremoto da semana passada.
Na mesma medida provisória, será oficializada a liberação
de outros R$ 35 milhões feita
na semana passada ao Ministério das Relações Exteriores como doação ao país. Com isso, a
ajuda brasileira totaliza R$ 375
milhões. Esse valor é mais da
metade do que o Brasil gastou
em seis anos com envio e manutenção das tropas no Haiti.
Um projeto de lei do Executivo, que passará ainda pelo Congresso, garante indenização às
famílias dos 18 militares mortos, que totalizará R$ 9 milhões, R$ 500 mil para cada família, mais a concessão de uma
bolsa aos filhos dos militares
que tenham menos de 24 anos.
Ainda não há nenhuma iniciativa para os três civis mortos.
Os R$ 205 milhões da Defesa
servirão para manutenção das
tropas de brasileiros e realização de operações no Haiti, com
compra de combustível, emprego de dois navios, substituição de veículos e armamentos.
Já os recursos para a Saúde
servirão para a construção de
dez UPAs (Unidades de Pronto
Atendimento) e para o fornecimento de 50 ambulâncias.
Homenagem
Na tarde de ontem, a cerimônia de homenagem póstuma
aos militares mortos no Haiti
ocorreu em clima de comoção
na presença de 30 ministros e
do presidente Lula.
"Há momentos em que as palavras se tornam frágeis diante
da brutalidade dos fatos", disse
Lula. Antes de citar nominalmente cada um dos 18 militares, ele os chamou de "bravos
soldados do Exército brasileiro", que integraram a "mais nobre missão humanitária já efetivada pelas Forças Armadas".
Ao lado da primeira-dama,
Marísa Letícia, Lula colocou
uma medalha sobre cada caixão
coberto pela bandeira do Brasil
e prestou condolências individuais às famílias.
Os militares receberam a
Medalha do Pacificador, concedida por atos de bravura e coragem, e foram promovidos.
Lula também homenageou
dona Zilda Arns, fundadora da
Pastoral da Criança; e o diplomata Luiz Carlos da Costa, vice-chefe da missão da ONU no
Haiti, vítimas da tragédia.
O presidente não citou Olívia-Elisa Bouille, com nacionalidade franco-brasileira, que
também morreu no terremoto.
Os familiares fizeram questão de participar das honras fúnebres organizadas pelo Exército. Diva Vianna, prima do
agora tenente-coronel Francisco Adolfo Vianna Martins Filho, conta que a mulher do oficial está preparando um álbum
com notícias dele e do Haiti.
"Para que a filha saiba que o
nosso Chiquinho é um herói."
Francisco Adolfo foi o único
enterrado em Brasília. Os corpos dos outros militares seguiram para 12 cidades diferentes
para os funerais.
Representantes da União
Nacional de Esposas de Militares das Forças Armadas reclamaram que não puderam participar da cerimônia e que enfrentam dificuldades para encaminhar cem toneladas de suprimentos ao Haiti.
O Exército afirmou que elas
não se cadastraram e também
não chegaram com a antecedência necessária para participar da despedida.
(SIMONE IGLESIAS, RENAN RAMALHO, JOHANNA NUBLAT, ADRIANO CEOLIN E
FERNANDA ODILLA)
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