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Hillary eleva o tom e cobra chineses em conflito com Google
Americana pede "investigação" e "transparência" sobre acusação da empresa, que ameaça deixar país
DA REDAÇÃO
A secretária de Estado dos
EUA, Hillary Clinton, subiu ontem o tom com a China ao cobrar a "investigação" das acusações do Google -que afirma ter
detectado ataques virtuais contra o seu serviço de e-mail e
ameaça deixar o país- e "transparência" nos seus resultados.
"Pedimos às autoridades chinesas que investiguem as invasões que levaram o Google a fazer o pronunciamento [do dia
12]", disse Hillary em discurso
no Newseum, em Washington.
As palavras da chefe da diplomacia americana são as mais
fortes desde a eclosão da mais
recente disputa entre Pequim e
a empresa americana, instalada
no país comunista desde 2006.
Há dez dias, o Google disse
ter descoberto que hackers chineses haviam acessado contas
no Gmail de ativistas de direitos humanos. Embora não tenha acusado Pequim pelo ataque, a empresa insinuou que o
país poderia tê-lo reprimido.
O incidente motivou o anúncio do Google de que não pretende mais censurar suas operações na China -condição para a criação do Google.cn- e a
ameaça de deixar o país caso
Pequim não aceite a decisão.
"Temos [EUA e China] visões
diferentes sobre o tema e pretendemos abordá-las aberta e
consistentemente no contexto
da nossa relação positiva, cooperativa e compreensiva", disse
Hillary, que, além da China, citou Tunísia, Uzbequistão, Egito, Irã, Arábia Saudita e Vietnã
como exemplos de países que
controlam o acesso à internet.
O Departamento de Estado
americano disse que em breve
apresentará reclamação formal
à China sobre o caso, mas procura não agravar atritos com o
país em assuntos como direitos
humanos -num momento de
crescente interdependência bilateral, sobretudo econômica.
"Questão empresarial"
Antes do discurso de Hillary,
o vice-chanceler chinês, He Yafei, tentava manter o desentendimento no âmbito de uma disputa empresarial. "O caso Google não deve ser ligado às relações entre os dois governos e
países. Do contrário, o estaremos superestimando", disse.
Na semana passada, o governo chinês já rejeitara as condições do Google para não encerrar suas atividades locais, alegando que no país "a internet é
aberta" e que a empresa deve
sujeitar-se à legislação vigente.
Críticos chineses da empresa
americana a acusam ainda de
usar o episódio como forma de
conter o crescimento do seu similar local, o Baidu.com, que
detém 62% do mercado de sites
de busca -contra 35% do Google. Sites como Facebook, Twitter e YouTube também concorrem com os similares chineses.
Com agências internacionais
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