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SAÚDE
Vírus do tipo letal para humanos foi identificado em aves selvagens; OMS diz que ritmo do surto atual é "sem precedentes"
Hungria é o 7º país da UE com gripe aviária
DA REDAÇÃO
A Hungria foi confirmada ontem como o sétimo país da União
Européia a apresentar contaminação pelo vírus H5N1. A variante
do vírus da gripe aviária que já
causou 92 mortes humanas foi
identificada em três aves no país,
segundo a organização.
Áustria, Alemanha, Eslovênia,
França, Grécia e Itália já tiveram
casos confirmados do vírus em
aves selvagens. Não foi detectado
nenhum caso em criadouros ou
em humanos na UE.
A Eslováquia anunciou resultados positivos para um vírus H5,
que causa gripe aviária, faltando
confirmar se se trata do H5N1.
Ontem, em Bruxelas, representantes veterinários da UE não chegaram a um acordo sobre as providências a tomar.
Os governos têm ordenado o
confinamento das granjas, para
evitar contato com aves migratórias. Mas não há consenso sobre a
necessidade de uma vacinação generalizada das aves. França, Itália
e Holanda são a favor da vacinação, considerada por nações como o Reino Unido uma ação cara
e não garantida, pois não existe
vacina específica para o H5N1.
"É absolutamente sem precedentes" o ritmo de disseminação
do vírus, disse Maria Cheng, porta-voz da Organização Mundial
de Saúde. "Nunca vimos tantos
surtos do mesmo vírus em tantas
regiões diferentes, e nossa preocupação obviamente é a de que
humanos poderiam entrar em
contato com aves infectadas com
o H5N1, o que significa que populações de todo o mundo estão potencialmente em risco." Os cientistas temem que o H5N1 sofra
uma mutação, tornando-se transmissível entre humanos.
A Alemanha já confirmou mais
de cem casos de contaminação
pelo H5N1, concentrados na ilha
Rügen, no norte do país. Um contingente de 300 militares está realizando sacrifícios nos criadouros
e, com aviões de reconhecimento,
investigam possíveis focos.
Ontem, a Indonésia confirmou
a morte de uma mulher contaminada pela gripe aviária. É a 19ª
morte registrada no país.
Humor negro
"Fui a um restaurante asiático e
pedi um pato. Era o número H5
do menu e ganhei de sobremesa o
N1", brincou ontem Olivier Chatelain, comerciante, abastecendo-se de aves no mercado de Rungis,
em Paris. "É preciso ter senso de
humor", disse ele aos colegas.
A demanda por aves já vinha diminuindo antes da confirmação,
no sábado passado, do primeiro
caso de contaminação no país.
Bruno Courillon, que vendia ontem seus frangos a 2,20, quando
o normal seria 3, disse: "Nos últimos meses, desde que falamos
em gripe do frango, vendemos
cerca de 15% a 20% menos".
Os comerciantes criticam a mídia e o governo por afugentar os
clientes. Marc Hervouet, presidente de um sindicato de comerciantes, lembrou que não há nenhum caso confirmado de contaminação humana pela ingestão de
alimentos, mas sim pelo contato
continuado com aves infectadas.
A preocupação com a epidemia
de gripe aviária afetou também
pontos turísticos europeus.
Em Paris, o Jardin des Plantes
fechou o aviário, e o zoológico de
Bois de Vincennes providenciou
caixas de alimentação à prova de
patos para seus flamingos.
A Torre de Londres confinou
seus lendários corvos, que costumavam circular pelo forte e atração turística. Segundo a lenda, a
monarquia britânica cairá quando os corvos deixarem a torre.
Com agências internacionais
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