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RELIGIÃO
Ato contra charges matou 11
Oposição a Gaddafi aproveitou protestos
DA ASSOCIATED PRESS
Relatos de testemunhas confirmaram declaração do enviado
italiano à Líbia de que os confrontos violentos contra as charges do
profeta Muhammad que mataram 11 pessoas em Benghazi na
semana passada tenham sido
produto da ação conjunta de grupos islâmicos radicais e de oposição ao governo líbio.
Em entrevista ao diário italiano
"La Stampa", publicada ontem, o
embaixador Fancesco Trupiano
disse que grupos de oposição ao
regime do ditador Muammar
Gaddafi haviam se aliado aos extremistas muçulmanos nas manifestações.
"Benghazi ainda está fora de
controle. Lá, o radicalismo islâmico juntou forças com a oposição.
A situação pode piorar a qualquer
minuto", afirmou Trupiano.
Durante o protesto, o consulado
italiano na cidade foi incendiado.
Na época, os protestos foram atribuídos à aparição de um ministro
italiano vestindo uma camiseta
com uma das charges sobre o
profeta, na TV italiana. Em seguida, o ministro renunciou.
Pedindo anonimato, testemunhas líbias afirmaram que a fúria
contra as charges se somou à raiva generalizada contra a negligência do governo em relação aos habitantes de Benghazi.
Gaddafi governa a Líbia com
mão-de-ferro, e as forças de segurança adotam medidas duras para conter informações desfavoráveis ao regime.
Segundo esses relatos, oposicionistas atacaram a sede do serviço
de segurança estatal e outros prédios governamentais e delegacias
de polícia na cidade. Uma igreja
católica foi incendiada. As mortes
registradas, por sua vez, foram o
combustível para novos atos de
violência no fim de semana.
"As delegacias foram cercadas
por uma multidão enraivecida,
que exigia a libertação dos detentos", disse Trupiano, que descreveu uma cena de "desordem, pilhagem e ataques contra prédios
públicos". "A polícia desistiu, libertando os prisioneiros", acrescentou.
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