São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MADE IN BRAZIL

Heroínas têm versão sensual e recatada

Gaúchos criam heróis para o mundo árabe

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Um estúdio gaúcho desenha super-heróis para o Oriente Médio. Desde 2003, o PopArt Comics envia mensalmente roteiros em inglês e ilustrações adaptadas à cultura árabe para a editora egípcia AK Comics distribuir em países como o próprio Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Síria e o Kuait -além de Europa, EUA e Canadá.
Sob o título ""Os heróis do Oriente Médio", quatro personagens se revezam como protagonistas: Rakan, um bárbaro que vaga pela Arábia; Aya, uma detetive (sensual na versão ocidental e recatada na árabe); Zein, um faraó renascido; e Jalila, que salva povoados.
""O retorno é ótimo. Meninas árabes nos mandam e-mails felizes por verem mulheres como heroínas", diz o roteirista Felipe Ferreira, 23, que trabalha com o desenhista Rafael Albuquerque, 24, e a colorista Cris Peter, 22.
O contato foi feito após os egípcios conhecerem o site de Albuquerque. Hoje, eles vendem 20 mil exemplares mensais.
"O único susto que tivemos foi em uma feira em San Diego [Califórnia], quando um marine nos interpelou dizendo ser ele o herói no Oriente Médio. Mas logo ele começou a rir."
Os heróis foram idealizados pela editora, mas os vilões e coadjuvantes são todos criados no estúdio. ""Seguimos à risca a orientação de nos basearmos na cultura rígida da Arábia Saudita para os costumes e na cultura mais aberta do Egito para questões religiosas", diz Ferreira.
Algumas orientações: seios e nádegas discretos, beijos e abraços só entre irmãos e destaque igual para o cristianismo, o islamismo e o judaísmo.


Texto Anterior: Religião: Oposição a Gaddafi aproveitou protestos
Próximo Texto: Panorâmica - Venezuela: CNE proíbe campanhas eleitorais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.