São Paulo, Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 1999
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IUGOSLÁVIA
EUA responsabilizam sérvios e separatistas por impasse
Rebeldes de Kosovo insistem em independência e dificultam acordo

das agências internacionais

A secretária de Estado norte-americana, Madeleine Albright, disse ontem não ter conseguido convencer os líderes separatistas de Kosovo de desistir de um referendo sobre a independência da Província iugoslava.
Líderes da população de origem albanesa, maioria em Kosovo, aceitariam um acordo de paz, mas exigem a garantia do referendo sobre a independência após três anos de autonomia.
O Grupo de Contato (EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Rússia) veta o referendo porque a proposta ameaça a integridade territorial da Iugoslávia e estimularia outros separatismos, principalmente na Europa.
É quase certo que um referendo em Kosovo resultaria na independência da Província, onde 90% da população é de etnia albanesa.
O Grupo de Contato busca um acordo de paz entre separatistas e o governo do presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, desde 6 de fevereiro em Rambouillet, na França. O prazo para chegar a um acordo termina amanhã.
O ultimato inicial era anteontem, mas o prazo foi estendido porque, segundo os mediadores, "as negociações tinham avançado o suficiente para justificar a alteração".
A Otan (aliança militar liderada pelos EUA) ameaça atacar a Iugoslávia caso não haja acordo até amanhã.
Do lado sérvio, o principal obstáculo para o tratado é a recusa em aceitar tropas da Otan enviadas a Kosovo para garantir a implementação de um eventual acordo. A Iugoslávia considera que a presença da Otan ""fere a sua soberania".
O conflito em Kosovo já matou mais de 2.000 pessoas em 11 meses.


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