|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Coalizão de Sarkozy sofre derrota nas urnas
Após segundo turno de eleições regionais, aliados do presidente da França comandarão apenas 2 das 26 regiões do país
Partido Socialista é o maior vencedor em disputa, mas ultradireita também cresce; resultado é visto como fruto de insatisfação com governo
CÍNTIA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
O partido do presidente da
França, Nicolas Sarkozy, sofreu
ontem uma dura derrota no segundo e decisivo turno das eleições regionais francesas. A coligação de centro-direita liderada pelo UMP obteve pouco
mais de um terço dos votos e
controlará apenas 2 das 26 regiões do país.
A esquerda consolidou a vitória que obtivera no primeiro
turno e conquistou a maioria
das regiões francesas, segundo
as projeções divulgadas após o
encerramento da votação.
De acordo com as estimativas, a coligação da esquerda
-que reúne, entre outros, o
Partido Socialista e o Europe
Ecologie- obteve, na média
nacional, 49% dos votos. Já a
coligação liderada pelo UMP
reuniu 33,5%. Nas 12 regiões
onde o Frente Nacional, de extrema direita, disputou o segundo turno, o partido ficou
com 17,5% dos votos.
Para Martine Aubry, líder do
Partido Socialista, a vitória da
oposição mostra que os franceses desejam "uma mudança
profunda na política ". Em um
discurso logo após o encerramento da votação, Aubry declarou que "os franceses puniram
uma política injusta [do governo Sarkozy] e demonstraram
suas preocupações com a educação e com a saúde".
O presidente do Frente Nacional, Jean Marie le Pen, comemorou o resultado do partido que conseguiu participar do
segundo turno em um terço das
regiões francesas -as siglas
que obtiveram mais de 10% no
primeiro turno, na semana passada, se qualificaram para a disputa. "A única vitória hoje é a
vitória do Frente Nacional."
"O resultado do Frente Nacional e da esquerda mostra
que os franceses, à direita e à
esquerda, não têm se sentido
compreendidos pelo governo ",
avaliou Brice Teinturier, do
instituto TNS/ Sofres.
Mea-culpa
Mesmo sem empregar o termo "voto punitivo", o primeiro-ministro francês, François Fillon, fez um mea-culpa. "Não
soubemos convencer. Essa é
uma grande decepção. Assumo
minha parte de responsabilidade [na derrota]", declarou.
O premiê tem um encontro
hoje pela manhã com Sarkozy
para discutir o resultado das
eleições e, possivelmente, preparar mudanças no gabinete.
O resultado de ontem mantém o mesmo desenho político
das últimas eleições regionais
de 2004, com duas regiões sob
o controle do UMP. Mas, segundo os analistas, a dois anos
das eleições presidenciais, o
Partido Socialista sai fortalecido, especialmente por causa da
aliança bem-sucedida com o
partido Europe Ecologie, que
se consolidou como a terceira
força política da França.
Apesar de considerada baixa,
a participação do eleitorado
ontem foi quatro pontos percentuais superior à do primeiro
turno. Segundo a média dos
institutos de sondagem, 49%
dos eleitores foram às urnas e a
abstenção foi mais alta entre o
eleitorado de direita.
Texto Anterior: Internet: Chávez nega intervenção na rede Próximo Texto: Frase Índice
|