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Iraque inaugura gabinete sob voto de conter o terror
Em dia em que ataques matam 19, primeiro-ministro pede reconciliação nacional
O premiê Nouri al Maliki prometeu também ontem designar em poucos dias os ministros da Defesa e do Interior, por ora interinos
DA REDAÇÃO
Na primeira reunião de seu
gabinete, o premiê do Iraque,
Nouri al Maliki, disse ontem
que usará "força máxima contra o terrorismo" e pediu reconciliação nacional, em um
dia em que ataques no país mataram ao menos 19 pessoas.
"Usaremos força máxima
contra o terrorismo, mas também precisamos de uma iniciativa nacional", disse Maliki.
"Milícias, esquadrões da
morte, terrorismo e assassinatos são fenômenos anormais.
Devemos pôr fim às milícias,
porque não podemos imaginar
estabilidade e segurança nesse
país com a presença de milícias
que matam e seqüestram."
Na reunião, Maliki disse ainda que não levará "mais do que
dois ou três dias" até que os ministros permanentes das pastas
da Defesa e do Interior sejam
indicados, atendendo a critérios de independência e de não-vinculação a nenhum dos grupos armados do país.
Desde a posse do novo governo, ontem, os dois ministérios,
considerados cruciais para a estabilização e a segurança do
Iraque, estão sendo ocupados
interinamente devido a disputas políticas.
A Defesa, que controla o
Exército, é disputada por árabes sunitas, e árabes xiitas querem o Interior, responsável pela polícia.
"Estamos conscientes do desafio da segurança e de seus
efeitos. Acreditamos que não
podemos enfrentar esse desafio apenas por meio do uso da
força, apesar do fato de que nós
vamos usar a máxima força ao
enfrentar os terroristas e os assassinos que estão derramando
sangue", disse Maliki.
O presidente dos EUA, George W. Bush, disse ontem que o
Iraque inaugura "um novo dia".
"A formação de um governo de
unidade nacional no Iraque é
um novo dia para os milhões de
iraquianos que querem viver
em liberdade e (...) dá início a
um novo capítulo em nosso relacionamento com o Iraque",
disse Bush.
"Creio firmemente que o Iraque, em sua condição de país livre, tornar-se-á um importante
aliado na guerra contra o terrorismo", acrescentou.
Falando à rede de TV Fox, a
secretária de Estado dos EUA,
Condoleezza Rice, disse que o
Iraque fez um "extraordinário
progresso político", mas que
ainda é prematuro estabelecer
compromissos sobre a retirada
das tropas americanas.
"Eles irão traçar um plano
que inclui o que ainda precisa
ser feito, que papel as forças
iraquianas podem ter e que papel as forças da coalizão ainda
precisam ter", disse Rice.
Lua-de-mel
Para Zalmay Khalilzad, embaixador dos EUA no Iraque,
Maliki não terá uma lua-de-mel e será imediatamente desafiado pela Al Qaeda e outros
terroristas. Os próximos seis
meses, disse, serão "verdadeiramente cruciais".
"O governo enfrentará desafios imediatos porque os terroristas não vão embora, eles vão
persistir no esforço de promover conflitos sectários", disse.
"Eles querem que o Iraque fracasse, mas o Iraque em si não é
importante. O Iraque é um teatro de uma guerra global que
eles querem provocar, uma
guerra de civilizações."
Pouco depois da primeira
reunião de gabinete do governo
iraquiano, um homem-bomba
matou ao menos 13 pessoas e
feriu outras 17 ao se explodir
dentro de um restaurante no
centro de Bagdá.
A explosão de duas bombas
em um mercado de frutas e de
um carro-bomba, também na
capital iraquiana, matou quatro civis.
Com agências internacionais
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