São Paulo, terça-feira, 22 de maio de 2007

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Ataque palestino a Sderot mata israelense

Intensifica-se confronto entre extremistas islâmicos e Israel, que ameaça assassinar líderes do Hamas

DA REDAÇÃO

O conflito entre Israel e os grupos palestinos Jihad Islâmico e Hamas fez ontem sua primeira vítima do lado israelense. Uma mulher de 35 anos de idade morreu na cidade israelense de Sderot, após seu carro ser atingido por um foguete disparado de Gaza.
Desde o início dos confrontos entre os dois grupos radicais islâmicos e o Exército israelense, na semana passada, cerca de 150 foguetes foram disparados contra o território de Israel, sobretudo Sderot, próxima à faixa de Gaza.
Os foguetes que mataram a israelense e feriram duas outras pessoas atingiram a cidade quando Javier Solana, representante diplomático da União Européia, visitava a cidade em companhia da chanceler de Israel, Tzipi Livni. Nenhum deles se feriu com a explosão.
A visita de Solana a Israel tem como objetivo incentivar a retomada das negociações de paz entre israelenses e palestinos. A UE integra -com a ONU, os EUA e a Rússia- o Quarteto, grupo criado para mediar as negociações de paz entre os dois povos. O Quarteto congelou a ajuda financeira ao governo palestino após a vitória eleitoral do Hamas, em 2006. O envio de parte da ajuda foi retomado há alguns meses.

Morte aos líderes
Ontem, já antes do ataque a Sderot, Israel cumpria a promessa feita no domingo de intensificar os bombardeios, em Gaza e na Cisjordânia, a alvos do Hamas e do Jihad Islâmico. Ontem, em dois ataques distintos, cinco palestinos foram mortos. Segundo autoridades israelenses, quatro deles integravam o Jihad Islâmico. Com esses, são mais de 40 os palestinos mortos em uma semana.
Além da intensificação dos ataques, o governo israelense declarou que pode se empenhar em matar líderes do Hamas. "Nós não podemos diferenciar aqueles que ordenam os ataques daqueles que os executam", afirmou Miri Elsin, porta-voz do governo.
No domingo Israel já havia atacado a casa de um parlamentar do Hamas, em Gaza. O deputado Khalil al Haia não estava no local no momento do ataque, mas sete de seus parentes foram mortos. Israel não confirmou, porém, que Haia fosse o alvo do bombardeio.
No funeral dos parentes de Haia, o primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, do Hamas, declarou a uma multidão que também compareceu à cerimônia que "nós continuaremos na mesma trilha até atingirmos um dos dois objetivos: a vitória ou o martírio", num indício de que o Hamas não pretende abrandar seus ataques.
No entanto a declaração de Israel parece ter surtido algum efeito, dado que, após o funeral, membros do alto escalão do Hamas desligaram seus celulares, para evitar serem localizados, e deixaram o cemitério em veículos não-oficiais.


Com agências internacionais


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