São Paulo, sexta-feira, 22 de maio de 2009

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Presidente defende transparência, mas sem "livro aberto"

DE NOVA YORK

Além de manter seus planos para Guantánamo e detenções de suspeitos de terror, o presidente Barack Obama defendeu ontem suas já polêmicas decisões com relação à divulgação de arquivos do governo. Ele prometeu transparência, mas apenas quando a segurança nacional e das tropas no exterior não estiverem a perigo.
"Sempre que possível, vou disponibilizar informações", disse Obama. "Mas nunca defendi, e não farei isso, que nossas mais sensíveis questões de segurança nacional devem ser um livro aberto."
Ele mencionou dois casos que causaram furor recentemente, por motivos opostos.
O primeiro foi quando permitiu a liberação de memorandos do governo anterior que justificavam legalmente técnicas de tortura em interrogatórios. A divulgação foi criticada como divisiva e levantou temores de processos contra membros do Departamento da Justiça e da CIA. Além disso, muitos argumentaram que divulgar métodos ajudaria terroristas a se preparar para o que enfrentariam em caso de captura.
"Não [permiti a liberação] porque discordo das técnicas duras de interrogatório ou porque rejeito sua justificativa legal. Liberei porque a abordagem para interrogatórios já era amplamente conhecida, o governo de George W. Bush já havia confirmado sua existência, e eu já bani esses métodos."
O segundo caso foi oposto -Obama impediu a divulgação de fotos tiradas de detidos por membros das Forças Armadas dos EUA, que estavam sendo comparadas às imagens de humilhação feitas na antiga prisão iraquiana de Abu Ghraib.
"Não há dúvidas de que o que as fotos mostram é errado, e nada foi feito para inocentar os culpados desses crimes. Mas divulgá-las inflamaria opiniões antiamericanas e poria nossos soldados em risco."
Por fim, Obama voltou a rejeitar a criação de comissão independente para investigar abusos cometidos no governo anterior e disse que eventuais erros podem ser avaliados pelo Congresso ou pela Justiça. (AM)


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