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Presidente defende transparência, mas sem "livro aberto"
DE NOVA YORK
Além de manter seus planos
para Guantánamo e detenções
de suspeitos de terror, o presidente Barack Obama defendeu
ontem suas já polêmicas decisões com relação à divulgação
de arquivos do governo. Ele
prometeu transparência, mas
apenas quando a segurança nacional e das tropas no exterior
não estiverem a perigo.
"Sempre que possível, vou
disponibilizar informações",
disse Obama. "Mas nunca defendi, e não farei isso, que nossas mais sensíveis questões de
segurança nacional devem ser
um livro aberto."
Ele mencionou dois casos
que causaram furor recentemente, por motivos opostos.
O primeiro foi quando permitiu a liberação de memorandos do governo anterior que
justificavam legalmente técnicas de tortura em interrogatórios. A divulgação foi criticada
como divisiva e levantou temores de processos contra membros do Departamento da Justiça e da CIA. Além disso, muitos argumentaram que divulgar
métodos ajudaria terroristas a
se preparar para o que enfrentariam em caso de captura.
"Não [permiti a liberação]
porque discordo das técnicas
duras de interrogatório ou porque rejeito sua justificativa legal. Liberei porque a abordagem para interrogatórios já era
amplamente conhecida, o governo de George W. Bush já havia confirmado sua existência,
e eu já bani esses métodos."
O segundo caso foi oposto
-Obama impediu a divulgação
de fotos tiradas de detidos por
membros das Forças Armadas
dos EUA, que estavam sendo
comparadas às imagens de humilhação feitas na antiga prisão
iraquiana de Abu Ghraib.
"Não há dúvidas de que o que
as fotos mostram é errado, e
nada foi feito para inocentar os
culpados desses crimes. Mas
divulgá-las inflamaria opiniões
antiamericanas e poria nossos
soldados em risco."
Por fim, Obama voltou a rejeitar a criação de comissão independente para investigar
abusos cometidos no governo
anterior e disse que eventuais
erros podem ser avaliados pelo
Congresso ou pela Justiça.
(AM)
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