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Netanyahu descarta dividir Jerusalém com palestinos
Premiê afirma que cidade deve permanecer sempre sob controle israelense
Enquanto outros países não veem local como capital de Israel, palestinos querem instalar sede do Estado que almejam no setor oriental
DA REDAÇÃO
Em mais uma posição controversa, o premiê Binyamin
Netanyahu declarou ontem
que Israel nunca fará concessões em relação a Jerusalém.
A cidade, cujo setor oriental
os palestinos almejam como
capital do Estado que pretendem ter, é sagrada para judeus,
cristãos e muçulmanos.
"Uma Jerusalém unida é a
capital de Israel. Jerusalém foi
e sempre será nossa. Não deverá nunca ser dividida e desunida novamente", disse Netanyahu em cerimônia que comemorou os 42 anos da captura por
Israel da parte árabe da cidade.
Jerusalém Oriental era controlada pela Jordânia até ser tomada após a Guerra dos Seis
Dias, em 1967.
Israel considera Jerusalém
como sua capital. Mas, atendendo a orientação da ONU, os
países que têm relações com o
Estado judaico mantêm suas
embaixadas em Tel Aviv.
Netanyahu, cuja coalizão direitista assumiu há quase dois
meses, alegou que somente a
soberania israelense sobre Jerusalém poderia garantir liberdade religiosa e acesso aos locais sagrados pelas três maiores religiões monoteístas.
Diversos governos anteriores
acenaram com a possibilidade
de transferir Jerusalém Oriental -ou partes da cidade- aos
palestinos no âmbito das negociações para a criação de um
Estado palestino, conceito que
norteia os esforços de paz desde a assinatura dos Acordos de
Oslo (1993).
Mas Netanyahu, que já foi
premiê entre 1996 e 1999, rejeita tanto a solução de dois Estados como a partilha de Jerusalém. A solução apregoada pelo
premiê é uma "paz econômica",
baseada na ideia de zonas comerciais palestinas desconectadas umas das outras.
A declaração sobre Jerusalém é tida como um rechaço às
pressões do presidente americano, Barack Obama, pela criação de um Estado palestino.
Embora não tenha se posicionado claramente sobre a questão de Jerusalém, Obama afirma que o status final da cidade
deve ser negociado.
"Conflito eterno"
O negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, disse que a posição de Netanyahu é mais um
retrocesso no caminho da paz.
"O senhor Netanyahu está dizendo que o estado do conflito
será eterno", criticou Erekat.
Numa iniciativa aparentemente destinada a satisfazer os
americanos e os palestinos, que
exigem o fim das colônias judaicas na Cisjordânia, o governo israelense ordenou ontem a
destruição do pequeno assentamento de Maoz Esther.
Críticos afirmaram que a iniciativa de Netanyahu é irrelevante diante da contínua expansão dos assentamentos no
território palestino.
Horas depois da destruição
de Maoz Esther, os colonos
usaram uma escavadeira para
aplanar novamente o terreno,
primeiro passo para a reconstrução das casas.
Autoridades israelenses não
impediram o esforço dos moradores -muitos deles são judeus
radicais que acreditam ter sido
escolhidos por Deus para ocupar a área.
Com agências internacionais
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