São Paulo, sexta-feira, 22 de maio de 2009

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Netanyahu descarta dividir Jerusalém com palestinos

Premiê afirma que cidade deve permanecer sempre sob controle israelense

Enquanto outros países não veem local como capital de Israel, palestinos querem instalar sede do Estado que almejam no setor oriental


DA REDAÇÃO

Em mais uma posição controversa, o premiê Binyamin Netanyahu declarou ontem que Israel nunca fará concessões em relação a Jerusalém.
A cidade, cujo setor oriental os palestinos almejam como capital do Estado que pretendem ter, é sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos.
"Uma Jerusalém unida é a capital de Israel. Jerusalém foi e sempre será nossa. Não deverá nunca ser dividida e desunida novamente", disse Netanyahu em cerimônia que comemorou os 42 anos da captura por Israel da parte árabe da cidade.
Jerusalém Oriental era controlada pela Jordânia até ser tomada após a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Israel considera Jerusalém como sua capital. Mas, atendendo a orientação da ONU, os países que têm relações com o Estado judaico mantêm suas embaixadas em Tel Aviv.
Netanyahu, cuja coalizão direitista assumiu há quase dois meses, alegou que somente a soberania israelense sobre Jerusalém poderia garantir liberdade religiosa e acesso aos locais sagrados pelas três maiores religiões monoteístas.
Diversos governos anteriores acenaram com a possibilidade de transferir Jerusalém Oriental -ou partes da cidade- aos palestinos no âmbito das negociações para a criação de um Estado palestino, conceito que norteia os esforços de paz desde a assinatura dos Acordos de Oslo (1993).
Mas Netanyahu, que já foi premiê entre 1996 e 1999, rejeita tanto a solução de dois Estados como a partilha de Jerusalém. A solução apregoada pelo premiê é uma "paz econômica", baseada na ideia de zonas comerciais palestinas desconectadas umas das outras.
A declaração sobre Jerusalém é tida como um rechaço às pressões do presidente americano, Barack Obama, pela criação de um Estado palestino. Embora não tenha se posicionado claramente sobre a questão de Jerusalém, Obama afirma que o status final da cidade deve ser negociado.

"Conflito eterno"
O negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, disse que a posição de Netanyahu é mais um retrocesso no caminho da paz. "O senhor Netanyahu está dizendo que o estado do conflito será eterno", criticou Erekat.
Numa iniciativa aparentemente destinada a satisfazer os americanos e os palestinos, que exigem o fim das colônias judaicas na Cisjordânia, o governo israelense ordenou ontem a destruição do pequeno assentamento de Maoz Esther.
Críticos afirmaram que a iniciativa de Netanyahu é irrelevante diante da contínua expansão dos assentamentos no território palestino.
Horas depois da destruição de Maoz Esther, os colonos usaram uma escavadeira para aplanar novamente o terreno, primeiro passo para a reconstrução das casas.
Autoridades israelenses não impediram o esforço dos moradores -muitos deles são judeus radicais que acreditam ter sido escolhidos por Deus para ocupar a área.

Com agências internacionais



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