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IRAQUE SOB TUTELA
Titular da Justiça diz que país tem segredo
Ministro iraquiano acusa EUA de atrasarem interrogatório de Saddam
DA REDAÇÃO
O ministro da Justiça do Iraque,
Abdel Hussein Shandal, acusou
ontem os EUA de tentarem adiar
o interrogatório do ex-ditador
Saddam Hussein. "Parece que há
muitos segredos que eles querem
esconder", disse Shandal à agência de notícias Associated Press.
"Deve haver transparência no
processo, mas há segredos que, se
revelados, não interessarão a
muitos países", disse ele. "Quem
estava ajudando Saddam por todos esses anos?", questionou.
O ministro afirmou que pretende concluir o caso contra Saddam
até o fim do ano. O chanceler
Hoshyar Zebari declarou separadamente que gostaria que Saddam fosse julgado antes disso.
Em resposta à declaração de
Shandal, a Embaixada dos EUA
em Bagdá afirmou que o "Iraque
tem um sistema judiciário independente, que investiga e julga
crimes segundo a lei iraquiana".
Um funcionário do Tribunal
Especial Iraquiano, criado para
julgar Saddam, afirmou que o organismo é independente e não está sujeito ao Ministério da Justiça.
"Os interrogatórios de Saddam
acontecem quase diariamente.
Nem o ministro da Justiça nem os
EUA têm nada a ver com isso."
Ontem Tariq Aziz, um dos principais assessores do ex-ditador,
foi interrogado por quatro horas
sobre o massacre curdo no norte
do país no fim dos anos 80.
Segundo o tribunal, não há data
ainda para o julgamento de Saddam. O ex-ditador está preso desde dezembro de 2003 em uma prisão nas cercanias de Bagdá. Embora sob custódia iraquiana, ele é
vigiado por militares dos EUA.
Com agências internacionais
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