São Paulo, terça-feira, 22 de junho de 2010

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Aceno de novo líder colombiano ecoa em Caracas e Quito

Venezuela felicita Santos por vitória e diz estar atenta a ações que levem a "relações de sinceridade e respeito'

Presidente equatoriano liga para o líder eleito da Colômbia e discute a normalização de laços, rompidos há dois anos

FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ

O presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, recebeu ontem de Venezuela e Equador, os dois países da região com os quais Bogotá não mantém relações diplomáticas plenas, respostas positivas a seu chamado à conciliação.
A resposta mais significativa veio de Quito. Santos afirmou, em entrevista coletiva, que o presidente equatoriano, Rafael Correa, lhe telefonou ontem pela manhã.
Contou que, numa conversa "amável", combinaram um roteiro para seguir negociando a normalização das relações bilaterais, rompidas desde o ataque colombiano a uma base das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em solo equatoriano, em 2008.
O presidente eleito, que tem ordem de prisão expedida pela Justiça equatoriana por causa do bombardeio -ele era ministro da Defesa na época do ataque-, já fizera um aceno a Correa.
Durante a campanha, disse que entregaria o conteúdo dos computadores de Raúl Reyes, número 2 das Farc morto no ataque. Os laptops supostamente citam ligações entre a guerrilha e os governos de Equador e Venezuela.
Santos, que toma posse em 7 de agosto, também disse "valorizar" a nota de felicitação divulgada ontem pela Chancelaria venezuelana.
O texto diz que o governo Hugo Chávez estará muito atento às "declarações dos porta-vozes do novo governo" e às ações que possam levar "a relações de sinceridade e respeito com o governo eleito".
Chávez "congelou" as relações diplomáticas com a Colômbia há um ano, quando foi divulgado acordo militar que permitirá aos EUA operar em ao menos sete bases militares em solo colombiano. Desde então, o comércio bilateral vem em queda livre (70% de redução no primeiro trimestre deste ano).
A mensagem é importante porque o venezuelano chegou a dizer, há apenas algumas semanas, que, se Santos fosse eleito, ele jamais seria recebido em Caracas.

GABINETE E VIAGEM
Santos reuniu-se ontem com o presidente Álvaro Uribe, fiador de sua vitória com 69% dos votos, para iniciar a transição.
Mais tarde, questionado se estava marcando distância do discurso confrontacional do atual presidente, usou uma metáfora para sugerir que havia um desgaste de estilo após oito anos.
O presidente eleito fez o primeiro anúncio do gabinete. O economista Juan Carlos Echeverry será seu ministro da Fazenda.
Na semana que vem, Santos começará turnê pela Europa e terá encontros com governos de Reino Unido, França e Espanha.
Na América Latina, a agenda confirmada privilegia os países com governos conservadores: México, Panamá, Chile e Peru. Um colaborador próximo do futuro presidente disse que ele tem "muito interesse" em visitar o Brasil, mas ainda não foi marcada uma data.


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