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Aceno de novo líder colombiano ecoa em Caracas e Quito
Venezuela felicita Santos por vitória e diz estar atenta a ações que levem a "relações de sinceridade e respeito'
Presidente equatoriano liga para o líder eleito da Colômbia e discute a normalização de laços, rompidos há dois anos
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ
O presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos,
recebeu ontem de Venezuela
e Equador, os dois países da
região com os quais Bogotá
não mantém relações diplomáticas plenas, respostas
positivas a seu chamado à
conciliação.
A resposta mais significativa veio de Quito. Santos afirmou, em entrevista coletiva,
que o presidente equatoriano, Rafael Correa, lhe telefonou ontem pela manhã.
Contou que, numa conversa "amável", combinaram
um roteiro para seguir negociando a normalização das
relações bilaterais, rompidas
desde o ataque colombiano a
uma base das Farc (Forças
Armadas Revolucionárias da
Colômbia) em solo equatoriano, em 2008.
O presidente eleito, que
tem ordem de prisão expedida pela Justiça equatoriana
por causa do bombardeio
-ele era ministro da Defesa
na época do ataque-, já fizera um aceno a Correa.
Durante a campanha, disse que entregaria o conteúdo
dos computadores de Raúl
Reyes, número 2 das Farc
morto no ataque. Os laptops
supostamente citam ligações
entre a guerrilha e os governos de Equador e Venezuela.
Santos, que toma posse
em 7 de agosto, também disse "valorizar" a nota de felicitação divulgada ontem pela
Chancelaria venezuelana.
O texto diz que o governo
Hugo Chávez estará muito
atento às "declarações dos
porta-vozes do novo governo" e às ações que possam levar "a relações de sinceridade e respeito com o governo
eleito".
Chávez "congelou" as relações diplomáticas com a
Colômbia há um ano, quando foi divulgado acordo militar que permitirá aos EUA
operar em ao menos sete bases militares em solo colombiano. Desde então, o comércio bilateral vem em queda livre (70% de redução no primeiro trimestre deste ano).
A mensagem é importante
porque o venezuelano chegou a dizer, há apenas algumas semanas, que, se Santos
fosse eleito, ele jamais seria
recebido em Caracas.
GABINETE E VIAGEM
Santos reuniu-se ontem
com o presidente Álvaro Uribe, fiador de sua vitória com
69% dos votos, para iniciar a
transição.
Mais tarde, questionado se
estava marcando distância
do discurso confrontacional
do atual presidente, usou
uma metáfora para sugerir
que havia um desgaste de estilo após oito anos.
O presidente eleito fez o
primeiro anúncio do gabinete. O economista Juan Carlos
Echeverry será seu ministro
da Fazenda.
Na semana que vem, Santos começará turnê pela Europa e terá encontros com governos de Reino Unido, França e Espanha.
Na América Latina, a
agenda confirmada privilegia os países com governos
conservadores: México, Panamá, Chile e Peru. Um colaborador próximo do futuro
presidente disse que ele tem
"muito interesse" em visitar
o Brasil, mas ainda não foi
marcada uma data.
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