São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 2011

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Vitória de premiê evita o colapso imediato da Grécia

Maior desafio será na terça que vem, com votação do novo pacote de cortes de gastos e funcionários públicos

Dos 228 parlamentares, 115 disseram 'sim' na consulta que afastou o risco de antecipação das eleições no país

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

Apesar de mais greves e da gritaria de cerca de 20 mil manifestantes no centro de Atenas, o governo grego conseguiu vencer um voto de confiança no Parlamento.
Com isso, afasta por ora o risco de eleições antecipadas no país que enfrenta uma grave crise econômica e está à beira do calote.
Dos 298 parlamentares, 155 disseram sim ao governo. É exatamente o número de cadeiras do Partido Socialista, que governa a Grécia.
Mas a votação nem de longe acaba com os problemas gregos. Analistas entendem que o primeiro-ministro, George Papandreou, saiu vitorioso porque nem a oposição quer eleições agora.
O grande desafio do governo será na próxima terça-feira, quando o mesmo Parlamento terá de votar mais um pacote de austeridade, que inclui demissão de funcionários públicos, corte de aposentadorias e de outros benefícios e privatização de quase todas as empresas públicas e instalações como aeroportos e portos.
Tudo para o país tentar pagar suas dívidas.
A aprovação desse pacote é um pré-requisito para que a União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional) liberem uma parcela de € 12 bilhões (R$ 27 bilhões) do empréstimo de € 110 bilhões concedido em maio do ano passado.
Sem esse dinheiro, a Grécia não tem como pagar suas dívidas já no próximo mês.
Teria de dar um calote, o que poderia provocar uma quebradeira de bancos gregos, franceses, alemães e britânicos, que são os que mais detêm títulos do governo.
A Grécia precisa de mais dinheiro e já discute com a UE e o FMI um outro empréstimo, que pode chagar a € 120 bilhões (R$ 270 bilhões).
Com medo de protestos violentos, o centro de Atenas parecia ontem sitiado.
Entre os manifestantes, o grito mais ouvido era "não queremos vender", slogan contra as privatizações.
Como o mercado esperava a vitória do governo, Bolsas europeias e nos EUA subiram.


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