São Paulo, sábado, 22 de julho de 2006

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NOTAS DO FRONT
por Marcelo Ninio

AMARELO, AMARELO E VERDE
Entre as muitas bandeiras do Brasil espalhadas pelas ruas de Beirute, resquícios de uma paixão que superou as divisões sectárias dos libaneses durante a Copa do Mundo, uma em especial se destaca. No alto de um dos poucos prédios intactos de uma rua duramente bombardeada por Israel no bairro de Haret Hreik, reduto do Hizbollah na capital, ela chama a atenção num mar monocromático de bandeiras e faixas amarelas do grupo xiita. Na entrada do bairro do Hizbollah, um homem armado barra os curiosos -por baixo de um colete militar, ele veste uma camisa da seleção brasileira.

OPORTUNISMO DE GUERRA
Os preços do botijão de gás, normalmente vendidos a cerca de US$ 10 na capital, pularam para US$ 20, apesar de não haver sinais de desabastecimento. O preço da água mineral também dobrou. Mas são os estrangeiros que permaneceram em Beirute, em sua maioria jornalistas, as principais vítimas da hiperinflação criada pelo oportunismo de guerra: uma corrida de táxi de dez quadras, por exemplo, pode custar até US$ 30, dependendo do humor do motorista e da aparência do passageiro.

Balada na montanha
Considerada até o início da violência a cidade mais animada do Oriente Médio, a vida noturna de Beirute se mudou para as montanhas. Ao contrário do que ocorre na capital, nas cidades de Brumana e Faraya, a leste de Beirute, os clubes noturnos e restaurantes estão lotados. "Muitas pessoas simplesmente estão fartas de conflitos e se recusam a desperdiçar o verão"


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