São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bush tornou EUA mais seguros, diz Chertoff

Secretário americano cita Farc como risco regional

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

Na contramão do que dizem muitos analistas, o secretário do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Michael Chertoff, afirmou ontem no Rio que o legado do governo de George W. Bush na área de segurança é ter deixado o país mais protegido contra ataques terroristas. Ele cita esforços sobretudo para aumentar a segurança de viajantes e cargas e a proteção da infra-estrutura.
"O mundo precisa lidar com a questão do terrorismo. Os terroristas não se limitam a um país ou a um grupo de países", afirmou. Como exemplo, citou as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e disse que a segurança coordenada permite que os países aproveitem os "benefícios globais do turismo e do comércio". Os EUA participaram do planejamento de recente ação da Colômbia que resgatou 15 reféns da guerrilha neste mês e antes haviam sido o único país a apoiar o ataque de Bogotá em território equatoriano que matou o número 2 das Farc.
Mas ele evitou dar detalhes sobre eventuais suspeitas quanto à Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. "Ninguém nega que há muita controvérsia, muita criminalidade, tráfico de drogas e de armas operando nessa região. Há algum debate se isso estaria relacionado com o terrorismo ou com o apoio ao terrorismo. A experiência que tenho indica que toda vez que há espaço sem governo -onde criminosos, traficantes, contrabandistas, falsários operam com certa liberdade- há perigo", disse.
O secretário atribuiu a maior assiduidade de representantes de Washington na América do Sul ao crescimento da economia local, sobretudo do comércio, e à realização de eventos multilaterais -em meio às reclamações no subcontinente pelo relançamento da Quarta Frota da Marinha americana, alocada na região, o subsecretário de Estado Thomas Shannon esteve recentemente no Brasil e na Argentina e hoje se reúne com o boliviano Evo Morales.
Chertoff se encontrou ontem com representantes do setor privado que atuam nos portos do país. Um dos pontos em discussão foi o exemplo de criação de parcerias público-privadas entre o Estado e o setor privado para aumentar a segurança do comércio realizado por via marítima, nos moldes do que já foi implementado nos EUA, na Europa e na Ásia. Também esteve com o governador do Rio, Sérgio Cabral, para discutir a possibilidade de troca de informações na segurança da Copa do Mundo de 2014.


Texto Anterior: "Times" rejeita texto de McCain sobre Iraque
Próximo Texto: França: Por um voto de diferença, Parlamento reforma Carta
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.