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Em São Paulo, chanceler evita locais públicos
SAMY ADGHIRNI
DA REPORTAGEM LOCAL
O chanceler Avigdor Liberman iniciou ontem por São
Paulo sua visita de dois dias ao
Brasil, a primeira de um ministro das Relações Exteriores de
Israel em 22 anos, em meio a
um aparato de segurança digno
de chefe de Estado.
Cumprindo uma agenda protocolar e distante dos jornalistas, o ministro evitou locais públicos e circulou pela cidade em
um comboio puxado por oito
batedores da Polícia Militar e
que incluiu mais nove veículos.
Autoridades israelenses exigiram dois carros blindados semelhantes para transportar o
ministro, atendendo à estratégia de confundir o alvo em caso
de ataque ao comboio. Mas o
veículo em que Liberman circulou era facilmente identificável, pois era o único com as
bandeiras de Brasil e Israel cravadas no capô.
Contrariando a praxe, o carro
que transportou Liberman foi
dirigido por um membro da
Shabak, agência de segurança e
inteligência de Israel. Normalmente, a função cabe a um motorista da Polícia Federal, órgão responsável pela proteção
de visitantes estrangeiros.
A PF forneceu 15 agentes armados para Liberman em São
Paulo, contra uma média de 2 a
4 para autoridades estrangeiras
do mesmo nível. Mas foi a Shabak que conduziu os principais
procedimentos de segurança.
Uma equipe de quatro agentes chegou a São Paulo no domingo para vasculhar todos os
locais previstos na agenda
-hotel Hyatt, Fiesp, Palácio
dos Bandeirantes e uma residência na região dos Jardins.
Uma segunda missão de reconhecimento foi feita ontem
horas antes de cada etapa do
percurso do chanceler, que veio
acompanhado de mais cinco
membros da Shabak.
Conhecido pelas declarações
controversas, Liberman ontem
falou pouco. Em almoço na
Fiesp, se disse apaixonado pelo
futebol brasileiro.
A expectativa é que o ministro se pronuncie hoje, após encontro com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, em Brasília, sobre a estratégia israelense
de se aproximar da América Latina para frear a influência do
arqui-inimigo Irã na região.
Liberman, que defende um
contrato de lealdade ao Estado
judaico para árabes israelenses,
foi chamado de "racista" pelo
secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar.
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