São Paulo, quarta-feira, 22 de julho de 2009

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Em São Paulo, chanceler evita locais públicos

SAMY ADGHIRNI
DA REPORTAGEM LOCAL

O chanceler Avigdor Liberman iniciou ontem por São Paulo sua visita de dois dias ao Brasil, a primeira de um ministro das Relações Exteriores de Israel em 22 anos, em meio a um aparato de segurança digno de chefe de Estado.
Cumprindo uma agenda protocolar e distante dos jornalistas, o ministro evitou locais públicos e circulou pela cidade em um comboio puxado por oito batedores da Polícia Militar e que incluiu mais nove veículos.
Autoridades israelenses exigiram dois carros blindados semelhantes para transportar o ministro, atendendo à estratégia de confundir o alvo em caso de ataque ao comboio. Mas o veículo em que Liberman circulou era facilmente identificável, pois era o único com as bandeiras de Brasil e Israel cravadas no capô.
Contrariando a praxe, o carro que transportou Liberman foi dirigido por um membro da Shabak, agência de segurança e inteligência de Israel. Normalmente, a função cabe a um motorista da Polícia Federal, órgão responsável pela proteção de visitantes estrangeiros.
A PF forneceu 15 agentes armados para Liberman em São Paulo, contra uma média de 2 a 4 para autoridades estrangeiras do mesmo nível. Mas foi a Shabak que conduziu os principais procedimentos de segurança.
Uma equipe de quatro agentes chegou a São Paulo no domingo para vasculhar todos os locais previstos na agenda -hotel Hyatt, Fiesp, Palácio dos Bandeirantes e uma residência na região dos Jardins.
Uma segunda missão de reconhecimento foi feita ontem horas antes de cada etapa do percurso do chanceler, que veio acompanhado de mais cinco membros da Shabak.
Conhecido pelas declarações controversas, Liberman ontem falou pouco. Em almoço na Fiesp, se disse apaixonado pelo futebol brasileiro.
A expectativa é que o ministro se pronuncie hoje, após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, sobre a estratégia israelense de se aproximar da América Latina para frear a influência do arqui-inimigo Irã na região.
Liberman, que defende um contrato de lealdade ao Estado judaico para árabes israelenses, foi chamado de "racista" pelo secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar.


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