São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2010

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EUA impõem mais sanções a Pyongyang

A secretária Hillary Clinton declarou, em Seul, que as medidas visam a minar programa nuclear norte-coreano

Suporte militar dos EUA à Coreia do Sul foi reafirmado em rara visita de Hillary e Gates a região desmilitarizada


DE SÃO PAULO

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou ontem, em visita à aliada Coreia do Sul, que o seu país imporá novas sanções unilaterais ao regime de Kim Jong-il com o intuito de minar o programa nuclear norte-coreano e "desmotivar outros atos de provocação".
As sanções, disse Hillary em Seul, têm como alvo a venda e compra de armas e materiais relacionados, além da aquisição de itens de luxo, usados para cooptar a elite.
O país também aumentará os esforços para "identificar, pressionar e bloquear negócios com entidades norte-coreanas envolvidas na proliferação nuclear e em outras práticas ilícitas no exterior".
Dado o já profundo isolamento norte-coreano, analistas questionam os possíveis efeitos de sanções.
Há alguns anos, foram congeladas as operações do Banco Delta Asia, onde a maioria da elite norte-coreana tinha contas. Mais tarde, o governo de George W. Bush (2001-09) concordou em liberá-las na tentativa de estimular o diálogo nuclear.
O anúncio das sanções foi acompanhado de uma rara visita de Hillary e do secretário da Defesa, Robert Gates, à área desmilitarizada entre as Coreias, de onde se pode ver o território norte-coreano.
Gates disse que, com a visita, queria "enviar um forte sinal ao Norte, à região e a todo o mundo de que o nosso compromisso com a segurança da Coreia do Sul é firme".
"Nossa aliança militar nunca foi tão forte e deve ser capaz de deter qualquer potencial agressor", afirmou.

CUIDADO COM A CHINA
Esse movimento de pressão sobre o Norte acontece quase quatro meses após o naufrágio do navio Cheonan, que matou 46 sul-coreanos. Seul culpa Pyongyang, que nega qualquer agressão.
Os EUA, porém, têm de pressionar Kim sem irritar a principal aliada dele, a China. Por pressão dos EUA, o Conselho de Segurança da ONU já aprovou uma condenação ao naufrágio. Porém, por pressão da China, membro permanente com poder de veto, não mencionou eventuais culpados.
Ontem, em declaração comum, os americanos e seus homólogos sul-coreanos recordaram que "provocações militares irresponsáveis" são uma ameaça à frágil estabilidade na região.
Os dois países continuam, tecnicamente, em trégua, e não em paz, desde a Guerra da Coreia, há 60 anos.

Com agências de notícias



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