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Irã admite vistorias de reator nuclear pela AIEA após 1 ano
Visitas na semana passada ocorreram dias antes de agência
da ONU divulgar relatório sobre programa nuclear do país
Inspetores tiveram acesso a
reator de água e a centro de
enriquecimento de urânio;
grupo de negociações com
Teerã se reúne em setembro
DA REDAÇÃO
O Irã permitiu na semana
passada que inspetores da
AIEA (Agência Internacional
de Energia Atômica) tivessem
acesso, após um ano de bloqueio, ao polêmico reator de
água pesada de Arak e atualizassem informações sobre o
enriquecimento de urânio em
Natanz, disseram diplomatas.
O aparente aceno de Teerã
ocorre a poucos dias da divulgação de um importante relatório
da agência nuclear da ONU sobre o programa iraniano, prevista para ocorrer na próxima
semana. As inspeções não foram confirmadas oficialmente.
O complexo nuclear de Arak,
que tem previsão de conclusão
até o fim do ano, é considerado
o pivô do programa nuclear iraniano. Seu reator de água pesada produzirá, como subproduto, o plutônio, material necessário à construção de bombas.
O programa nuclear iraniano
é o principal ponto de atrito do
país com potências ocidentais,
que suspeitam de que Teerã vise a construção da bomba atômica. O Irã nega, alegando desenvolvê-lo para fins pacíficos
-o que pode fazer, desde que
em cooperação com a AIEA,
pelo Tratado de Não Proliferação, texto do qual é signatário.
Os resultados das inspeções
não foram divulgados pelos diplomatas. Em junho, porém, a
AIEA estimara em 5.000 as
centrífugas enriquecendo urânio em Natanz, além de outras
2.000 prontas para funcionar.
Embora o programa nuclear
iraniano esteja envolto em interrogações, para alguns especialistas a tonelada de urânio
que Teerã havia enriquecido
até fevereiro já seria suficiente,
mediante grau maior de enriquecimento, para produzir material para a bomba atômica.
No mês passado, porém, o futuro diretor-geral da AIEA, o
japonês Yukiya Amano, disse
não haver "provas sólidas" de
que o país busque a bomba.
O gesto de Teerã dividiu os
diplomatas envolvidos: de um
lado, os que louvaram a retomada das inspeções; de outro,
os que viram uma tentativa de
influenciar o relatório da AIEA.
As conclusões da agência deverão pautar reunião prevista
para 2 de setembro do chamado P5+1 -membros do Conselho de Segurança da ONU mais
Berlim-, na qual se espera que
EUA, França, Reino Unido e a
Alemanha pressionem Rússia e
China a adotar uma quarta rodada de sanções contra o Irã.
Em abril, o grupo convidou o
Irã a se reintegrar às negociações. Teerã abandonara as conversas com o grupo em meados
de 2008 por se recusar a negociar seu programa nuclear.
EUA
Setembro é também o prazo
informalmente estabelecido
pelo governo Barack Obama
para que Teerã responda aos
acenos de Washington por reaproximação bilateral -EUA e
Irã estão rompidos desde 1980.
Desde que assumiu, Obama
fez uma série de gestos em direção ao Irã. A violenta repressão
aos protestos contra a contestada reeleição do presidente ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad em junho, porém,
freou o ímpeto do americano.
Com agências internacionais
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