|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Derrota em pleito decretaria fim das grandes reformas de Obama
DE WASHINGTON
Se o cenário atual para as
eleições do Congresso dos
EUA se confirmar nas urnas
em novembro, será o fim da
era das grandes reformas domésticas propostas pelo presidente Barack Obama, o que
poderá fazer com que ele se
volte mais para a agenda externa.
Além disso, a confirmação
das pesquisas nas urnas
complicaria a situação do
presidente para a reeleição
em 2012.
Obama já estava com dificuldades para trabalhar com
a composição atual do Congresso: passou várias reformas, como a do sistema de
saúde, praticamente sem
apoio republicano, e mesmo
assim precisou ceder em
pontos-chave para conseguir
aprovações.
Se a oposição realmente
avançar, como tudo indica,
as dificuldades se agudizam.
Para Clyde Wilcox, do departamento de governo da
Universidade Georgetown,
em Washington, "qualquer
que seja o número de assentos conquistados pelos republicanos, será quase impossível aprovar qualquer coisa
nos próximos dois anos".
"Não acho que será possível abordar a reforma migratória nem aprovar novos pacotes de estímulo econômico", agregou.
O analista político Brian
Darling é ainda mais radical:
"Será virtualmente impossível para o governo trabalhar
com o próximo Congresso",
afirmou à Folha. "Há muita
animosidade entre os dois
partidos por conta dos primeiros anos deste governo."
Para dificultar mais, Wilcox avalia ainda que os republicanos deverão iniciar muitas investigações sobre o governo Obama, de olho em
prejudicar suas chances em
2012.
"Tentarão colocá-lo na parede, deixar o governo na defensiva. Não precisam encontrar um grande escândalo, só fazer com que Obama
tenha de ficar constantemente se explicando."
POLÍTICA EXTERNA
A alternativa para presidentes que enfrentam esse tipo de ambiente em geral é
aprofundar a atuação na política externa, e com Obama
não deverá ser diferente.
"Mesmo que não consiga
fazer nada aqui, quando o
presidente dos EUA viaja para algum outro país, as pessoas prestam atenção", afirma Wilcox. "Obama poderá
por exemplo focar o conflito
israelo-palestino pelos próximos dois anos."
Ele também deverá se concentrar na impopular Guerra
do Afeganistão e na transição da operação no Iraque de
mãos militares para civis.
No final de 2011, o país deverá ter a segurança entregue
aos iraquianos e a retirada
das tropas americanas remanescentes.
Uma medida de sucesso
nessas operações daria a
Obama a oportunidade de ter
mais a mostrar quando chegar a hora de disputar a reeleição.
(AM)
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Doações: Democratas arrecadaram mais em julho Índice
|