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Movimentos sociais ameaçam radicalizar contra governadores
DA ENVIADA A LA PAZ
O Conalcam, o conselho de
movimentos sociais ouvidos
pela Presidência da Bolívia,
ameaçou radicalizar hoje os
protestos contra a cidade de
Santa Cruz de la Sierra, rico
bastião da oposição a Evo Morales, caso os governadores rebeldes não abrissem, ontem
ainda, caminho para a aprovação da nova Constituição.
Já são ao menos cinco pontos
de bloqueios rodoviários em
torno de Santa Cruz -que realiza nesta semana a maior feira
de negócios do país. Camponeses do interior do departamento cruzenho, a maioria que migrou do altiplano nos últimos
30 anos, marcham em direção à
cidade com o apoio de mineiros
e outras categorias de apoio a
Morales. Parte deles estava armada com rifles. Ontem, estavam a 50 km da capital. O plano
era entrar na cidade e fazer
uma reunião política na praça
principal. Os dirigentes estimam que até 20 mil pessoas
participarão das mobilizações.
Num sinal de como o vetor de
pressão mudou de lado na semana que passou, até a radical
União Juvenil Cruzenha, agora
com novo comando, diz que a
intenção primeira é tentar dialogar com os camponeses que
marcham até o centro opositor.
"Se os governadores não assinarem hoje [ontem] o acordo
proposto pelo governo, o Conalcam radicalizará suas medidas de pressão contra Santa
Cruz a partir de amanhã [hoje].
Não vamos aceitar mais pretextos para que não se aprove a nova Constituição do Estado",
disse Fidel Surcos, presidente
do Conalcam.
Morales comparou o cerco a
Santa Cruz às revoltas promovidas pelo líder indígena anticolonialista Tupac Katari
(1750-1781), uma referência
constante do governo que assusta a oposição no leste, com
boa contribuição das alarmistas TVs oposicionistas. "Voltarei e serei milhões" é a frase de
Katari repetida. Morales disse
que seus apoiadores "já se cansaram de humilhações e de racismo".
Disse que a pressão do movimento é que permitiu a devolução da maioria das instituições
nacionais tomadas pelos grupos de choque dos governadores de oposição. Na contabilidade do governo, 11 prédios
ainda estavam ontem em poder
dos rebeldes.
(FM)
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