São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2008

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Movimentos sociais ameaçam radicalizar contra governadores

DA ENVIADA A LA PAZ

O Conalcam, o conselho de movimentos sociais ouvidos pela Presidência da Bolívia, ameaçou radicalizar hoje os protestos contra a cidade de Santa Cruz de la Sierra, rico bastião da oposição a Evo Morales, caso os governadores rebeldes não abrissem, ontem ainda, caminho para a aprovação da nova Constituição.
Já são ao menos cinco pontos de bloqueios rodoviários em torno de Santa Cruz -que realiza nesta semana a maior feira de negócios do país. Camponeses do interior do departamento cruzenho, a maioria que migrou do altiplano nos últimos 30 anos, marcham em direção à cidade com o apoio de mineiros e outras categorias de apoio a Morales. Parte deles estava armada com rifles. Ontem, estavam a 50 km da capital. O plano era entrar na cidade e fazer uma reunião política na praça principal. Os dirigentes estimam que até 20 mil pessoas participarão das mobilizações.
Num sinal de como o vetor de pressão mudou de lado na semana que passou, até a radical União Juvenil Cruzenha, agora com novo comando, diz que a intenção primeira é tentar dialogar com os camponeses que marcham até o centro opositor.
"Se os governadores não assinarem hoje [ontem] o acordo proposto pelo governo, o Conalcam radicalizará suas medidas de pressão contra Santa Cruz a partir de amanhã [hoje]. Não vamos aceitar mais pretextos para que não se aprove a nova Constituição do Estado", disse Fidel Surcos, presidente do Conalcam.
Morales comparou o cerco a Santa Cruz às revoltas promovidas pelo líder indígena anticolonialista Tupac Katari (1750-1781), uma referência constante do governo que assusta a oposição no leste, com boa contribuição das alarmistas TVs oposicionistas. "Voltarei e serei milhões" é a frase de Katari repetida. Morales disse que seus apoiadores "já se cansaram de humilhações e de racismo".
Disse que a pressão do movimento é que permitiu a devolução da maioria das instituições nacionais tomadas pelos grupos de choque dos governadores de oposição. Na contabilidade do governo, 11 prédios ainda estavam ontem em poder dos rebeldes. (FM)


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