São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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Ex-presa no Irã aplaude gestão do Brasil

Libertada pelo regime persa após 410 dias em prisão, Sarah Shourd se diz grata a "envolvimento" brasileiro

Americana pede que Lula continue agindo pela soltura de seus dois amigos, acusados, como ela, de espionagem

Germano Corrêa/MRE
A americana Sarah Shourd, ao lado do ministro Celso Amorim; ela agradeceu pelas gestões brasileiras para que fosse solta após 410 dias presa no Irã

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

A americana Sarah Shourd, que ficou 410 dias presa no Irã sob a acusação de espionagem, se encontrou ontem com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para agradecer pelos apelos que o Brasil fez por sua libertação, que aconteceu na semana passada.
Shourd se reuniu com Amorim, que está em Nova York para os debates da Assembleia Geral da ONU, também para pedir que o país continue a interceder pela soltura de Josh Fattal e de Shane Bauer, seu noivo.
Ambos foram presos com ela, em 31 de julho do ano passado.
"Agradeço pela oportunidade de falar com o ministro, pelo interesse e pelo envolvimento do Brasil. Mas não posso comentar nada além disso", disse Sarah, ao fim do encontro de meia hora com Amorim, na sede da Missão do Brasil na ONU. Ela estava acompanhada de sua mãe e de parentes de Fattal.
Alex Fattal, irmão de um dos americanos detidos, disse esperar que o Brasil possa continuar falando constantemente com os iranianos .
"É uma grande ajuda, sabemos disso", afirmou, em português, depois de explicar que já morou em Belém.
Celso Amorim foi cauteloso ao mencionar o peso das intervenções brasileiras na soltura de Sarah. Mas disse que a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, o agradeceu pela libertação.
Questionado se o governo americano havia se manifestado para agradecer ao Brasil, o ministro afirmou que, ao se encontrar com Hillary, anteontem, "disse a ela: "Está contente que soltamos... que saiu um dos hikers [os três faziam uma caminhada quando foram presos]?'"
Hillary, disse, respondeu com um "muito obrigada!".
O ministro disse, porém, "que a gente não deve ficar tomando os créditos para si", embora tenha enviado uma mensagem a seu colega iraniano, Manouchehr Mottaki, agradecendo que as ponderações do presidente Lula tenham sido escutadas. Disse ainda que o Brasil continuará trabalhando pela libertação dos outros presos.
"É uma situação que não está resolvida. Como a própria moça disse, ela só se sente um terço livre, porque o noivo dela e o amigo ainda estão lá." Ele disse ver a soltura de Sarah como um "sinal de que há uma abertura".

BRICS
Antes do encontro, Amorim participou de reunião ministerial dos Brics (que reúne Brasil, Rússia, China e Índia).
O chanceler disse à agência Reuters que o grupo discutiu apresentar proposta de resolução para condenar países que recorram a sanções unilaterais não aprovadas no Conselho de Segurança.
A proposta seria submetida à Assembleia Geral.
Após a aprovação de nova rodada de sanções ao Irã no órgão em junho, EUA e aliados aprovaram medidas unilaterais para aumentar o cerco ao regime iraniano devido ao seu programa nuclear -que o Ocidente suspeita ter fim militar, o que o Irã nega.


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