São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2011

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Não há 'atalho' para Palestina, diz Obama

Na ONU, presidente afirma que Conselho de Segurança não é caminho para territórios conquistar reconhecimento

Liderança palestina argumenta que não pressionará por votação imediata; pedido será apresentado amanhã


DE NOVA YORK

O presidente americano, Barack Obama, reafirmou que o Conselho de Segurança da ONU não é o melhor caminho para a criação do Estado palestino, e o francês Nicolas Sarkozy indicou que seu país também não deve apoiar a iniciativa.
Já os palestinos afirmaram que não vão pressionar por uma votação imediata no organismo das Nações Unidas, em que, até o momento, não tem o apoio necessário para sua aprovação -ainda que simbólica- como Estado pleno. A aprovação seria simbólica porque os EUA já disseram que vetarão a iniciativa.
"Não há atalhos para encerrar um conflito que dura décadas. A paz é um trabalho duro e não vai vir por meio de resoluções das Nações Unidas", afirmou Obama na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
"São os israelenses e os palestinos, e não nós, que devem chegar a um acordo sobre as questões que os dividem: fronteiras, segurança, refugiados e Jerusalém."
O discurso de Obama foi elogiados por diversos membros do governo israelense, inclusive pelo premiê Binyamin Netanyahu, com quem se encontrou após o pronunciamento na ONU.
Obama se reuniu ontem com o líder palestino, Mahmoud Abbas, mas disse a ele não ter mudado de posição.
Já a França, que não havia se manifestado claramente, sinalizou que não vai aceitar o pedido palestino.
Sarkozy pediu o "fim da hipocrisia", disse que está bastante claro que o Conselho de Segurança não vai passar o projeto e temeu uma onda de violência. "Existe alguém que duvida que um veto do Conselho de Segurança vai gerar violência no Oriente Médio?"
Para ele, o caminho é tornar a Palestina Estado observador da ONU (o que não lhe dá assento na Assembleia Geral, mas permite recorrer a órgãos como o Tribunal Penal Internacional) e estabelecer um prazo de um ano para que os dois lados cheguem a um acordo definitivo.
A Bósnia-Herzegóvina e a Nigéria, dois membros do Conselho de Segurança que ainda não indicaram como vão votar, também discursaram ontem, mas não apontaram suas posições.
Já o Brasil, que também integra o CS, reafirmou apoio à Palestina. "Acreditamos que é o momento de termos a Palestina aqui representado a título pleno", disse a presidente Dilma Rousseff.
Com a incerteza se possuem os 9 dos 15 votos necessários, os palestinos não vão pressionar por uma votação rápida. "Vamos dar um tempo para o Conselho de Segurança avaliar nosso pedido", disse o negociador Nabil Shaath. Abbas apresenta amanhã o pleito ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. (ÁLVARO FAGUNDES E VERENA FORNETTI)


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