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Fogo impediu resgate das vítimas no ônibus
DA REDAÇÃO
Michael Yitzhaki teve de agir
rápido ontem após um carro-bomba ter se chocado contra a
traseira do ônibus em que viajava.
"Eu estava lendo um livro. A explosão foi tão forte que voei do
banco", disse à rádio do Exército
de Israel. "Saí do ônibus rápido.
Em segundos, ele estava tomado
pelas chamas."
Segundo a polícia, os terroristas
utilizaram até 100 kg de explosivos. O combustível presente no
tanque do ônibus ajudou a inflamar a bola de fogo que se formou
em pouco tempo. Os passageiros
sentados nos bancos de trás tiveram poucas chances.
Jalab Katawi, que voltava do trabalho conduzindo seu carro na
mão contrária à que viajava o ônibus, disse ter visto a explosão.
"Um segundo depois, um corpo
caiu sobre o pára-brisas do meu
carro. Fiquei chocado. Acho que
era o corpo do terrorista."
O motorista do ônibus, Haim
Avraham, foi pego de surpresa
pelo atentado. Disse não ter percebido nada suspeito no caminho. "Parei no cruzamento Karkur e encostei perto do ponto de
ônibus", relatou. "Havia um passageiro, que deu uns dois passos,
se aproximando, quando houve a
explosão de um carro-bomba. O
ônibus inteiro voou pelos ares."
Leoni Gino, 17, outro sobrevivente da tragédia, afirmou: "De
repente, senti tudo caindo sobre
mim -os livros e as mochilas.
Perguntei a um homem sentado
ao meu lado: "o que devemos fazer?" E ele pulou pela janela."
Haim Avraham contou que, enquanto as chamas se alastravam,
ele podia escutar o ruído de novas
explosões, vindas da munição de
soldados que viajavam e ficaram
presos.
Yitzhaki disse que ele e outros
que escaparam conseguiram retirar um soldado antes que fosse
atingido pelo fogo. "Dois minutos
depois, as explosões começaram,
e não podíamos entrar porque o
ônibus estava em chamas. Alguns
soldados pularam pelas janelas e
sobreviveram", relatou.
Muitos, entretanto, não tiveram
a mesma sorte. Aqueles que saíram a tempo observaram, impotentes, o fogo consumir as vítimas. "Não conseguimos voltar a
entrar para salvar ninguém", disse o motorista do ônibus. "Foi
muito difícil continuar a ver pessoas a quem não podíamos mais
ajudar."
Quando os paramédicos chegaram para o resgate, nada puderam fazer com os que haviam ficado no veículo. Eles afastaram as
pessoas feridas do ônibus e prestaram os primeiros socorros ali
mesmo, na beira da estrada.
Com agências internacionais
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