|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Iraque quer redefinir termos de acordo para permanência dos EUA
Bagdá recua e pede emendas ao projeto que ordena saída dos EUA até 2011
DA REDAÇÃO
O Executivo iraquiano pediu
ontem mudanças no projeto de
acordo negociado há meses
com os EUA para estabelecer as
bases legais da permanência de
tropas americanas no Iraque
quando expirar, no fim deste
ano, o mandato atribuído pela
ONU após a invasão, em 2003.
Sem especificar quais seriam
as emendas ao texto, um porta-voz de Bagdá alegou que o projeto precisa de alterações para
se tornar "mais aceitável para
os iraquianos".
O recuo do governo iraquiano se deve à crescente pressão
da população e dos partidos religiosos e nacionalistas, que rejeitam o texto.
No último fim de semana, 50
mil pessoas participaram em
Bagdá de uma manifestação
convocada pelo líder xiita Moqtada al Sadr contra o acordo.
O trato também enfrenta rejeição dentro do gabinete. Até
mesmo o premiê Nuri al Maliki
retirou o apoio das legendas xiitas, por ele lideradas.
O pacto atualmente em discussão determina que os 144
mil soldados americanos hoje
no Iraque devem desocupar totalmente o país até o fim de
2011, mas deixa em aberto a
prorrogação deste prazo.
Em outro ponto polêmico, o
acordo diz que o governo iraquiano não poderá processar
militares americanos, exceto
por abusos cometidos quando
eles não estiverem no exercício
de suas funções.
Os adversários do documento exigem uma retirada mais
rápida e contestam a imunidade aos soldados dos EUA.
Com as acirradas discussões
sobre a inclusão de novas
emendas, o acordo deverá tramitar por mais tempo no gabinete e só será submetido ao Legislativo iraquiano num prazo
de várias semanas. Segundo admitiu ontem o chanceler iraquiano, Hoshyar Zebari, "é improvável que o Parlamento iraquiano aprove o acordo antes
da eleição presidencial nos
EUA, em 4 de novembro".
Washington deixou claro ontem que não vê com bons olhos
eventuais mudanças no projeto
de pacto. "A ausência de um
acordo teria conseqüências
dramáticas [em matéria de segurança]", disse o secretário
americano de Defesa, Robert
Gates. "Só temos duas alternativas: um acordo ou um novo
mandato da ONU. O problema
é que hoje não temos a certeza
de que conseguiríamos o que
queremos se voltarmos às Nações Unidas", acrescentou Gates.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Americanas Próximo Texto: Guantánamo: Pentágono retira acusações contra cinco detidos Índice
|