São Paulo, quinta-feira, 22 de outubro de 2009

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Afeganistão troca 200 autoridades eleitorais

Objetivo da medida é evitar repetição de irregularidades no segundo turno da eleição presidencial, em 7 de novembro

Comissão responsável pela votação promete processar qualquer pessoa suspeita de ter participado de fraudes na eleição de 20 de agosto


DA REDAÇÃO

O temor de que ocorram novas fraudes no segundo turno da eleição presidencial afegã, marcado para 7 de novembro, levou ao anúncio de que mais da metade dos chefes de distritos eleitorais será substituída.
Segundo o porta-voz da missão da ONU (Organização das Nações Unidas), Aleem Siddique, a demissão de 200 das 380 autoridades da Comissão Eleitoral Independente (CEI) é causada por investigações que encontraram evidências de fraude nas regiões onde eles trabalhavam.
"Mais da metade dos coordenadores de campo distritais está sendo substituída para prevenir qualquer tentativa de fraude ou porque houve queixas feitas contra eles por candidatos e observadores", disse.
A CEI -principal órgão eleitoral afegão e responsável pela apuração da votação- prometeu processar qualquer suspeito de ter cometido irregularidades durante a primeira votação, em 20 de agosto.
O anúncio de que haverá segundo turno foi feito anteontem, depois de a Comissão Eleitoral de Apelações, apoiada pela ONU, concluir que houve fraude maciça e ter ordenado a anulação de mais de 1 milhão de votos. Com isso, o presidente afegão, Hamid Karzai, não conseguiu atingir os 50% dos votos necessários para evitar um novo enfrentamento contra seu principal concorrente e ex-ministro, Abdullah Abdullah.
Ontem, em entrevista à imprensa, ele afirmou que não aceitará uma eleição organizada nos mesmos moldes da de agosto e que está preparando uma lista de condições que será entregue aos organizadores. "Serei flexível mas sério sobre isso porque, afinal, é a transparência e a justiça da eleição que definirá o resultado", disse.
No entanto, encontrar substitutos para funcionários eleitorais pode ser uma dura tarefa, como aconteceu para o primeiro turno, quando foi difícil encontrar pessoas em número suficiente para trabalhar em seções exclusivas para mulheres. A dúvida agora é se as autoridades irão conseguir preencher os postos com funcionários mais bem qualificados.
Autoridades enfrentam uma corrida contra o tempo, com pouco mais de duas semanas para preparar a votação. A CEI ainda precisa finalizar a lista de locais de votação. Muitas das fraudes ocorridas no primeiro turno foram registradas nas chamadas "seções fantasmas", que nunca foram abertas por conta da falta de segurança.
Segundo a ONU, esses postos não serão abertos. A expectativa é a de funcionamento de 16 mil seções eleitorais, contra as 25 mil abertas em agosto.
A segurança também é uma grande preocupação. Ataques feitos pelos insurgentes do Taleban, embora não tenham sido capazes de prejudicar completamente o primeiro turno, fizeram com que muitos eleitores evitassem ir às urnas.
O porta-voz da ONU afirmou que a Otan (aliança militar ocidental) e a CEI irão se reunir em breve para discutir os preparativos para a votação, e que a distribuição do material que será utilizado começa hoje.

Com agências internacionais



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