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[!] Foco
Com bandeira, bolsistas brasileiros engrossam marcha pró-reforma
DE CARACAS
A manifestação a favor da
reforma constitucional teve
ontem o reforço de um ruidoso grupo de universitários
brasileiros que estuda na Venezuela com bolsas de estudos do governo Hugo Chávez.
Com uma bandeira brasileira para se abrigar do sol e
uma batucada improvisada,
os cerca de 20 estudantes traziam também bonés, camisetas e bandeirolas dos movimentos sociais às quais pertencem, como o MST e o
MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), todos
ligados à Via Campesina, movimento internacional que
reúne organizações pró-reforma agrária.
"Estamos aqui porque
apoiamos o processo e vamos
contribuir com o que for possível", diz a estudante de medicina Lucicléia Soares, 21, de
Conceição do Araguaia (PA),
filiada ao Movimento de Mulheres Camponesas (MMC).
"A soberania tem de estar
no povo. Se o povo quiser, tira
o Chávez", diz a colega Vaubéria Macêdo, 22, ao defender o ponto mais debatido da
reforma, a reeleição indefinida para presidente. Originária de Nova Olinda (CE) e ligada à Pastoral da Juventude
Rural, ela acha que o presidente venezuelano precisa de
mais tempo: "As pessoas que
apóiam o capitalismo ainda
estão muito fortes, a revolução precisa de tempo".
Lucicléia e Vaubéria contam que chegaram a Caracas
há sete meses para estudar
medicina na Escola Latino-Americana de Medicina
(Elam), projeto criado em
Cuba. O grupo conta ao todo
com 66 brasileiros. Todos recebem uma bolsa integral do
governo venezuelano e devem ficar no país durante os
sete anos do curso.
Há mais brasileiros que fazem outros cursos na Venezuela, como agronomia, também com bolsas integrais. Em
meados do ano, a Elam foi alvo de uma polêmica depois
que um estudante colombiano abandonou a escola, sob a
alegação de que o curso tinha
um forte doutrinamento
ideológico, com aulas sobre
Ernesto Che Guevara e Fidel
Castro.
(FM)
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