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São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 2003

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REINO UNIDO

Fonte que acompanhou investigação sobre acidente fatal afirma que atestado confirmando gravidez foi omitido

Diana morreu grávida, diz policial francês

JOHN LICHFIELD
DO "INDEPENDENT"

Diana estava grávida quando morreu em um acidente de carro em um túnel parisiense em 1997, segundo um policial francês graduado que acompanhou o inquérito sobre a princesa de Gales.
Na última quinta-feira, a polícia britânica anunciou que iniciará sua própria investigação sobre o caso no próximo dia 6.
O policial, que pediu para não ter sua identidade revelada, teve acesso a todos os documentos envolvendo o caso. Ele negou suspeitas de que tenha havido uma conspiração para matar Diana e seu namorado, o milionário egípcio Dodi al Fayed, no acidente ocorrido em 31 de agosto de 1997.
Segundo a fonte francesa, houve tentativa de abafar alguns aspectos do caso nos dias seguintes ao acidente. Um desses aspectos seriam os atestados médicos constatando a gravidez da princesa, nunca levados a público.
"Posso lhe dizer que ela estava grávida", disse o policial.
Em ocasiões anteriores, o mordomo e confidente de Diana, Paul Burrell, e amigos da princesa negaram sucessivamente sugestões de que ela esperasse seu terceiro filho quando morreu.
A fonte deu a entender, no entanto, que a gravidez teria sido abafada para evitar constrangimentos para a família da princesa. Como não seria relevante para as causas do acidente ou da morte, a gravidez não foi mencionada na conclusão da investigação judicial francesa, que levou dois anos.
Mas os registros do hospital em que Diana morreu poderão ser incluídos entre as cerca de 6.000 páginas de documentos que a polícia francesa entregará para os investigadores britânicos.
A suposição de que Diana estaria grávida -feita pela primeira vez logo após o acidente por Mohammed al Fayed, pai de Dodi e dono da sofisticada cadeia de lojas de departamento Harrods- é um fator importante na teoria daqueles que acreditam que a morte da princesa teria sido premeditada pela família real ou mesmo pelo governo britânico.
A fonte policial francesa, por sua vez, rechaçou tais teorias e afirmou que a investigação conduzida pelo juiz Herve Stephan deixou claro que foi um acidente, em parte causado pelo fato de o motorista Henri Paul ter bebido antes de dirigir o carro em que a princesa morreu e de este estar em alta velocidade.
Também houve especulação sobre a demora em abrir um inquérito britânico, um procedimento hoje rotineiro quando um cidadão britânico morre no exterior.
O chefe de investigação britânico, Michael Burgess, disse que não podia iniciar seu trabalho até o inquérito francês ser concluído e ele receber seus arquivos.
Esse processo, por sua vez, foi atrasado pela apelação de Mohammed al Fayed contra a decisão das autoridades francesas de não processar os três fotógrafos que perseguiam Diana e Dodi no momento do acidente.
Quando a apelação foi negada, Fayed abriu uma nova ação contra os fotógrafos alegando que a privacidade de seu filho fora invadida. A ação foi descartada pela corte em novembro.
Burgess anunciou que os inquéritos sobre a morte de Diana e Dodi serão conduzidos separadamente e as primeiras audiências só acontecerão após a chegada dos arquivos franceses.
"Em nenhum dos casos eu receberei provas de testemunhas pessoalmente. Farei um comunicado sobre o propósito da investigação, como ela deve ser conduzida e o tipo de prova que eu espero receber", disse Burgess.



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