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Chávez oferece petróleo por banana
Na cúpula da Petrocaribe em Cuba, venezuelano propõe estender acordos com países centro-americanos
Oferta é contraponto a tratados de livre comércio de países da região com os americanos; ilha reinaugura
usina do período soviético
DA REDAÇÃO
O presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, ofereceu às nações centro-americanas parceiras a opção de usar produtos
locais -como bananas e açúcar- para pagar derivados de
petróleo que comprarem de
seu país. Chávez falou na abertura da 4ª Cúpula da Petrocaribe, aliança entre países caribenhos e da América Central no
setor energético.
A cúpula, de um dia, ocorreu
na cidade cubana de Cienfuegos, sem a presença do convalescente ditador Fidel Castro
-substituído por seu irmão
Raúl- e presidida por Chávez.
Entre os governantes presentes estão o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, René Préval, do Haiti, e Leonel Fernández, da República Dominicana.
Chávez também sugeriu estender a outros países caribenhos o acordo que a Venezuela
mantém com Cuba: a ilha paga
pelo petróleo enviando à Venezuela médicos para trabalhar
em áreas pobres do país.
Além da troca de combustível por produtos e serviços, a
Venezuela também tem oferecido, sob o pacto da Petrocaribe, petróleo a financiamentos
de longo prazo e com baixa taxa
de juros. Sob o pacto, os países
integrantes podem pagar empréstimos para a aquisição do
minério em até 25 anos, com
taxa de juros de 1% ao ano desde que o preço do produto cru
esteja acima de US$ 40 o barril.
"O livre comércio não existe", disse Chávez, criticando as
propostas dos EUA para pactos
de livre comércio com países da
região e pedindo aos líderes regionais presentes no encontro
que se unam contra a "ditadura
do capitalismo". "O petróleo
não precisa implicar dominação; ele pode ser nossa libertação", afirmou.
Seu discurso aconteceu na
cerimônia de inauguração de
uma usina da época da União
Soviética que foi reformada.
Especulava-se que Fidel Castro, afastado do poder desde julho de 2006, apareceria para a
inauguração da planta, mas ela
acabou conduzida apenas por
seu irmão Raúl e Chávez.
A refinaria original de Cienfuegos foi construída por Moscou em 1991, mas teve seu funcionamento abandonado após
o colapso do regime soviético e
a conseqüente interrupção do
fluxo anual de bilhões de dólares que a ilha recebia como subsídio dos soviéticos. A reforma
da usina, que reabre com a capacidade inicial de refinar 65
mil barris de petróleo cru diariamente, teve início no ano
passado, com uma joint venture da Venezuela com Cuba.
Com agências internacionais e "New York Times"
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