São Paulo, sábado, 22 de dezembro de 2007

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Chávez oferece petróleo por banana

Na cúpula da Petrocaribe em Cuba, venezuelano propõe estender acordos com países centro-americanos

Oferta é contraponto a tratados de livre comércio de países da região com os americanos; ilha reinaugura usina do período soviético

DA REDAÇÃO

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ofereceu às nações centro-americanas parceiras a opção de usar produtos locais -como bananas e açúcar- para pagar derivados de petróleo que comprarem de seu país. Chávez falou na abertura da 4ª Cúpula da Petrocaribe, aliança entre países caribenhos e da América Central no setor energético.
A cúpula, de um dia, ocorreu na cidade cubana de Cienfuegos, sem a presença do convalescente ditador Fidel Castro -substituído por seu irmão Raúl- e presidida por Chávez. Entre os governantes presentes estão o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, René Préval, do Haiti, e Leonel Fernández, da República Dominicana.
Chávez também sugeriu estender a outros países caribenhos o acordo que a Venezuela mantém com Cuba: a ilha paga pelo petróleo enviando à Venezuela médicos para trabalhar em áreas pobres do país.
Além da troca de combustível por produtos e serviços, a Venezuela também tem oferecido, sob o pacto da Petrocaribe, petróleo a financiamentos de longo prazo e com baixa taxa de juros. Sob o pacto, os países integrantes podem pagar empréstimos para a aquisição do minério em até 25 anos, com taxa de juros de 1% ao ano desde que o preço do produto cru esteja acima de US$ 40 o barril.
"O livre comércio não existe", disse Chávez, criticando as propostas dos EUA para pactos de livre comércio com países da região e pedindo aos líderes regionais presentes no encontro que se unam contra a "ditadura do capitalismo". "O petróleo não precisa implicar dominação; ele pode ser nossa libertação", afirmou.
Seu discurso aconteceu na cerimônia de inauguração de uma usina da época da União Soviética que foi reformada.
Especulava-se que Fidel Castro, afastado do poder desde julho de 2006, apareceria para a inauguração da planta, mas ela acabou conduzida apenas por seu irmão Raúl e Chávez.
A refinaria original de Cienfuegos foi construída por Moscou em 1991, mas teve seu funcionamento abandonado após o colapso do regime soviético e a conseqüente interrupção do fluxo anual de bilhões de dólares que a ilha recebia como subsídio dos soviéticos. A reforma da usina, que reabre com a capacidade inicial de refinar 65 mil barris de petróleo cru diariamente, teve início no ano passado, com uma joint venture da Venezuela com Cuba.


Com agências internacionais e "New York Times"


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