São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

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Para Rice, haverá continuidade com Obama

Secretária de Estado aponta Irã como exemplo de política que deverá ter seqüência por falta de alternativa

DO "FINANCIAL TIMES"

Barack Obama pode ter poucas opções a não ser seguir a posição de George W. Bush em uma série de temas de política externa, incluindo a disputa em torno do programa nuclear iraniano, afirmou a secretária de Estado Condoleezza Rice.
"Quando converso com nossos aliados, eles acreditam que essa é a estrutura a partir da qual isso será resolvido", disse Rice sobre o Irã. Durante o segundo mandato de Bush, os EUA coordenaram a estratégia em relação ao país com União Européia, Rússia e China. Rice ressaltou, no entanto, que o governo Obama fará as coisas, em geral, "do seu próprio jeito".
"A razão pela qual deve haver alguns elementos de continuidade é que o que nós tentamos fazer é organizar encontros internacionais que consigam, em primeiro lugar, administrar e, depois, resolver esses problemas complexos de uma forma multilateral", afirmou, em referência ainda à Coréia do Norte e ao conflito israelo-palestino.
As palavras da secretária de Estado americana podem frustrar as expectativas de que o futuro governo represente uma completa ruptura com seu antecessor em política externa.
Elas também demonstram os obstáculos que deverá enfrentar a equipe que ocupará a Casa Branca a partir de janeiro, enquanto procura soluções para os problemas que Bush falhou em resolver. Em um eco da retórica do atual governo, Obama promete usar "cenouras e varas" para forçar o Irã a suspender o seu programa nuclear.
Apesar da aplicação de sanções patrocinadas por EUA e aliados e da oferta de diálogo, o Irã evoluiu no seu programa de enriquecimento de urânio.
Se Obama prometeu uma abordagem radicalmente diferente da do atual governo em assuntos de mudança climática, muitos dos escolhidos para formar o seu gabinete são centristas que receberam inclusive elogios de republicanos.
Rice também manifestou preocupação com a esperada nomeação de enviados especiais para locais conflagrados pelo mundo, afirmando ser importante não relegar a segundo plano os embaixadores.


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