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Para Rice, haverá continuidade com Obama
Secretária de Estado aponta Irã como exemplo de política que deverá ter seqüência por falta de alternativa
DO "FINANCIAL TIMES"
Barack Obama pode ter poucas opções a não ser seguir a posição de George W. Bush em
uma série de temas de política
externa, incluindo a disputa em
torno do programa nuclear iraniano, afirmou a secretária de
Estado Condoleezza Rice.
"Quando converso com nossos aliados, eles acreditam que
essa é a estrutura a partir da
qual isso será resolvido", disse
Rice sobre o Irã. Durante o segundo mandato de Bush, os
EUA coordenaram a estratégia
em relação ao país com União
Européia, Rússia e China. Rice
ressaltou, no entanto, que o governo Obama fará as coisas, em
geral, "do seu próprio jeito".
"A razão pela qual deve haver
alguns elementos de continuidade é que o que nós tentamos
fazer é organizar encontros internacionais que consigam, em
primeiro lugar, administrar e,
depois, resolver esses problemas complexos de uma forma
multilateral", afirmou, em referência ainda à Coréia do Norte
e ao conflito israelo-palestino.
As palavras da secretária de
Estado americana podem frustrar as expectativas de que o futuro governo represente uma
completa ruptura com seu antecessor em política externa.
Elas também demonstram os
obstáculos que deverá enfrentar a equipe que ocupará a Casa
Branca a partir de janeiro, enquanto procura soluções para
os problemas que Bush falhou
em resolver. Em um eco da retórica do atual governo, Obama
promete usar "cenouras e varas" para forçar o Irã a suspender o seu programa nuclear.
Apesar da aplicação de sanções patrocinadas por EUA e
aliados e da oferta de diálogo, o
Irã evoluiu no seu programa de
enriquecimento de urânio.
Se Obama prometeu uma
abordagem radicalmente diferente da do atual governo em
assuntos de mudança climática, muitos dos escolhidos para
formar o seu gabinete são centristas que receberam inclusive
elogios de republicanos.
Rice também manifestou
preocupação com a esperada
nomeação de enviados especiais para locais conflagrados
pelo mundo, afirmando ser importante não relegar a segundo
plano os embaixadores.
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