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Atentados matam mais de cem no Iraque
Explosão de carros-bomba em mercados deixaram 200 feridos, no pior dia de violência sectária no país em dois meses
Violência salienta desafios
à nova estratégia dos EUA para a segurança da capital, onde no domingo chegaram 3.200 homens adicionais
DA REDAÇÃO
Explosões de carros-bomba
em mercados populares do Iraque deixaram ontem mais de
cem mortos e pelo menos 200
feridos, no pior dia de violência
sectária dos últimos dois meses
no país. As duas primeiras explosões, quase simultâneas,
ocorreram no horário de pico
do mercado de Bab al Sharji,
um dos mais movimentados de
Bagdá, matando 88 pessoas e
destruindo lojas e barracas de
propriedade, em sua maioria,
de muçulmanos xiitas.
Horas depois, uma bomba escondida numa barraca de verduras do mercado de Khalis, local onde também há predominância xiita ao norte de Bagdá,
matou 12 e feriu 40 pessoas. A
explosão foi seguida, cinco minutos depois, do disparo de um
míssil, que aumentou a destruição e o número de feridos.
No total, 127 pessoas morreram ou foram achadas mortas
ontem no Iraque, incluindo
uma professora abatida a tiros
a caminho de uma escola de
meninas, em uma área sunita
de Bagdá. Pelo menos 30 corpos foram encontrados na capital, aparentemente vítimas de
esquadrões xiitas.
A onda crescente de violência no Iraque, que na semana
passada deixou centenas de civis mortos, ocorre no início de
um importante feriado xiita, a
Ashura, e em meio aos preparativos para o novo plano de segurança do governo para a capital,
que tem o reforço de soldados
americanos. No domingo, os
EUA anunciaram a chegada de
3.200 homens a Bagdá, os primeiros do contingente adicional de 21.500 soldados previstos na nova estratégia americana para o país.
O premiê Nuri al Maliki condenou os atentados de ontem,
pelos quais culpou "terroristas" e simpatizantes do ditador
Saddam Hussein. Os atentados
salientam as dificuldades que
as forças americanas e iraquianas terão para conter a violência entre sunitas e xiitas, no novo e polêmico plano anunciado
pelo presidente George W.
Bush há duas semanas.
O Exército americano anunciou ontem a morte de mais um
soldado no Iraque, elevando a
28 o número de baixas nos últimos três dias. Vinte e cinco soldados morreram no sábado -o
terceiro dia mais sangrento para os EUA desde a invasão, em
2003-, 12 deles na queda de
um helicóptero ao norte de
Bagdá. O comando americano
confirmou a suspeita de que a
aeronave tenha sido derrubada
por fogo inimigo, mas disse que
ainda investiga o incidente.
Petróleo
Autoridades curdas negaram
ontem ao jornal "Financial Times" que as principais lideranças iraquianas tenham superado suas diferenças sobre um
controvertido projeto de lei
destinado a definir a divisão da
renda do petróleo.
A declaração de um ministro
iraquiano na semana passada,
de que a lei estava prestes a ser
enviada ao Parlamento, foi recebida como um possível desfecho para o impasse entre os
partidos curdos e o governo dominado pelos xiitas sobre uma
lei que permitiria investimento
estrangeiro em larga escala no
setor petrolífero do país, que
tem a segunda maior reserva de
petróleo do mundo.
Com agências internacionais
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