São Paulo, quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

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Republicanos têm primeira baixa de peso

Senador e ator Fred Thompson, que já esteve em segundo em pesquisas nacionais, teve resultados ruins em prévias nos EUA

Apoio inicial parco e falta de verbas de campanha agora ameaçam Mike Huckabee e Rudolph Giuliani na disputa pela indicação à Casa Branca

DA REDAÇÃO

Depois de ter personificado a esperança dos eleitores mais conservadores do Partido Republicano, o senador Fred Thompson, 65, anunciou ontem sua desistência da disputa pela indicação do partido à eleição presidencial. "Espero que meu país e meu partido se beneficiem por eu ter feito este esforço", disse ele, que estava na quinta colocação nas pesquisas de intenção de voto.
O destino de Thompson foi aparentemente selado no último sábado, quando ele chegou em terceiro na primária da Carolina do Sul -Estado no qual havia dito que "precisava ganhar". Ele também foi o terceiro colocado em Iowa e teve desempenho semelhante ou pior nos outro quatro Estados que tiveram suas prévias até agora -Wyoming (onde ficou em 2º), New Hampshire (6º), Nevada (5º) e Michigan (5º). Com a verba de campanha já escassa, Thompson ficou totalmente sem dinheiro com as derrotas, diz a agência Associated Press.
O senador foi, ao lado de Mitt Romney, a esperança para os mais conservadores, que assistem alarmados à ascensão de nomes como o do senador John McCain. Thompson é contra o aborto, contra o controle de armas, quer endurecer as leis antiimigração, é contra o casamento homossexual e apóia a política dos EUA para o Iraque, apesar de dizer que a guerra foi iniciada com "poucos soldados e estratégia errada".
Em meados do ano passado, o senador chegou a ficar em segundo lugar nas pesquisas nacionais de intenção de voto antes mesmo de anunciar a candidatura. Ainda assim, seu estilo "fleumático", segundo o "New York Times", não conseguiu conquistar apoio suficiente após o início da disputa.
Em sua curta lua-de-mel com os republicanos, era tido como o "novo Ronald Reagan" (1981-1989): é branco, carismático, conservador e ator, tendo ganhado fama internacional pelo papel do promotor distrital durão Arthur Branch, do seriado "Law & Order".
O ex-candidato não disse se apoiaria alguns dos ex-rivais na disputa de 2008. Em 2000, ele apoiou John McCain, que acabou perdendo a indicação para George W. Bush.
Caso endosse alguém, é provável que os delegados partidários que já haviam sido conquistados por Thompson nas prévias-oito- sigam sua indicação, apesar de não estarem obrigados a isso. Se não, ele terá de formalmente liberá-los para votar em quem quiserem na Convenção Nacional Republicana que escolherá o candidato para as eleições de novembro.

Na corda bamba
Sem ganhar em primárias desde a vitória no "caucus" (assembléia de eleitores) de Iowa, em 3 de janeiro, o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee pode ser o próximo a abandonar a corrida. Ele admitiu ontem que estuda desistir da campanha antes mesmo das primárias da Flórida (dia 29).
Com os recursos minguados, o ex-pastor batista já começou a cortar gastos de campanha. Segundo Huckabee, sua campanha reavaliará a situação diariamente, enquanto ele tenta dividir o foco com outros Estados sulistas que farão primárias na Superterça (5 de fevereiro).
O candidato afirmou que a atenção da mídia à sua campanha vem diminuindo desde a vitória em Iowa. Apesar disso, ele continua a ser o segundo colocado entre os republicanos na média das pesquisas de intenção de voto nacionais, com 18,7% da preferência, superado apenas pelo senador John McCain, que tem 28,8%, segundo o site "Real Clear Politics".

Giuliani
Além de Huckabee, as perspectivas estão sombrias também para o ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani. Antigo favorito nacional, Giuliani amarga hoje o quarto lugar em pesquisas de intenção de voto nacionais. Até no Estado de Nova York, seu bastião político, o favoritismo foi conquistado por McCain.
Na média de seis pesquisas recentes compiladas pelo "Real Clear Politics", McCain tem 29,8% da preferência, contra 24,3% de Giuliani. "Se [Giuliani] não conseguir vencer em Nova York, não o fará em nenhum Estado", disse Maurice Carrol, diretor do instituto de pesquisas da Universidade Quinnipiac.


Com agências internacionais


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