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Após fim dos bombardeios, palestinos voltam a usar túneis para contrabando
DA REDAÇÃO
Quatro dias depois de Israel
cessar os intensos bombardeios na fronteira entre a faixa
de Gaza e o Egito, contrabandistas voltaram a operar túneis
na região, para burlar o bloqueio ao território palestino
controlado pelo Hamas.
Repórteres que tiveram acesso aos dutos na cidade de Rafah
narraram o transporte clandestino de alimentos, combustíveis e outros bens. Segundo esses relatos, o Hamas e outros
grupos islâmicos têm sua própria rede subterrânea. Como a
imprensa não teve acesso a ela,
é incerto se voltou a ser usada.
Contudo, a constatação de
que as passagens empregadas
para transporte de produtos civis continuam operacionais
ilustra a dificuldade de Israel
em atingir um dos objetivos de
sua ofensiva na faixa de Gaza:
impedir o Hamas de transportar armas pela porosa fronteira
entre o território e o Egito.
Os militares afirmaram ter
destruído entre 60% e 70% dos
túneis antes de Israel declarar o
cessar-fogo. Mas contrabandistas de Rafah relataram que a
destruição deve ser ainda mais
alta. E dizem que a dificuldade
de abastecimento multiplicou
por dez os preços dos itens contrabandeados.
"Eu diria que apenas 1 a cada
10 túneis está intacto", disse
Abu Rahman, "gerente de túnel". Ele ontem comandava dez
pessoas que, com pás, trabalhavam para que a sua via, danificada por Israel, volte a funcionar nos próximos dias.
Rahman e seus colegas estimam que havia cerca de mil
passagens subterrâneas clandestinas antes da ofensiva, a
maioria cavada após Israel articular um bloqueio isolando a
faixa de Gaza do mundo, em junho de 2007.
Ontem, a chanceler Tzipi
Livni voltou a tratar dos túneis.
"Se precisarmos de operações
militares adicionais para combater o contrabando, será feito.
Israel se reserva o direito de
agir contra o contrabando e
ponto final", afirmou ela.
A ONU também se manifestou sobre a ofensiva. John Holmes, chefe do setor humanitário da entidade, esteve na Cidade de Gaza, onde sugeriu ontem pedir ressarcimento a Israel pelos bens das Nações Unidas danificados e qualificou como "extremamente chocante"
o número de baixas palestinas.
Fontes médicas de Gaza
atualizaram ontem o saldo de
vítimas da guerra: 1.330 mortos
(sendo 437 menores de 16 anos,
110 mulheres adultas e 123 idosos) e 5.450 feridos.
Já o Hamas anunciou que a
partir de domingo repassará
até 4.000 a famílias com residência atingidas por Israel. Segundo seu porta-voz, o grupo
tem orçamento de 28,6 milhões (cerca de R$ 86,3 milhões) com tal finalidade.
Com agências internacionais
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