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Batalhão brasileiro constrói campo de refugiados
DO ENVIADO A PORTO PRÍNCIPE
O governo do Haiti planeja a
construção de diversos campos
de refugiados nos arredores da
capital, Porto Príncipe, para
tentar resolver um dos maiores
dramas causados pelo terremoto: como esvaziar as praças e
ruas ocupadas pela população
afetada.
O primeiro começou a ser
preparado anteontem, pelo batalhão de engenharia do Exército brasileiro. Ficará no subúrbio de Croix des Bouquets, a
cerca de 20 km do centro da capital haitiana.
Terá 40 hectares e capacidade para abrigar, no início, 13 mil
pessoas. Até amanhã, o trabalho de terraplenagem de uma
primeira área de cinco hectares
deverá estar concluído.
Na semana que vem começa
a montagem do campo, numa
primeira etapa com lonas para
famílias e depois com construções definitivas. O governo do
Haiti quer que os campos, no
longo prazo, se transformem
em bairros.
"O terreno nesta região já é
plano, então é um trabalho rápido e fácil", afirmou o major
Euler Arrais, da Companhia de
Engenharia do Exército.
Mas a terraplenagem é apenas o começo. Para que o campo receba as primeiras famílias,
ainda precisará ser erguida a
infrestrutura básica. "Prevejo
que em alguns dias pessoas já
possam ser transferidas", afirmou o general Floriano Peixoto, comandante da Minustah, a
força de paz da ONU.
Dinheiro
A construção será financiada
pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). A
ideia é que seja minimamente
organizado em ruas, com creche, escola e posto de saúde.
Haveria também uma área de
lazer com quadras esportivas.
A modelagem dos campos
ainda está sendo definida. Há
duas hipóteses: grandes campos concentrados em poucas
áreas, ou unidades menores,
margeando avenidas.
A situação dos acampamentos improvisados no centro de
Porto Príncipe é precária. Na
praça em frente ao palácio presidencial, barracas são presas a
postes. Famílias se espremem
para se proteger do sol forte,
em busca dos poucos espaços
com sombra. Não há água potável, apenas esgoto. O cheiro de
urina é forte.
Por toda a cidade a realidade
se repete, em aglomerações
com milhares de barracas. Por
isso, a retirada das pessoas da
zona central passou a ser a
prioridade nos esforços de ajuda pós-terremoto, agora que os
mortos já foram retirados das
ruas e não há mais como encontrar sobreviventes.
(FZ)
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