São Paulo, sábado, 23 de janeiro de 2010

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Batalhão brasileiro constrói campo de refugiados

DO ENVIADO A PORTO PRÍNCIPE

O governo do Haiti planeja a construção de diversos campos de refugiados nos arredores da capital, Porto Príncipe, para tentar resolver um dos maiores dramas causados pelo terremoto: como esvaziar as praças e ruas ocupadas pela população afetada.
O primeiro começou a ser preparado anteontem, pelo batalhão de engenharia do Exército brasileiro. Ficará no subúrbio de Croix des Bouquets, a cerca de 20 km do centro da capital haitiana.
Terá 40 hectares e capacidade para abrigar, no início, 13 mil pessoas. Até amanhã, o trabalho de terraplenagem de uma primeira área de cinco hectares deverá estar concluído.
Na semana que vem começa a montagem do campo, numa primeira etapa com lonas para famílias e depois com construções definitivas. O governo do Haiti quer que os campos, no longo prazo, se transformem em bairros.
"O terreno nesta região já é plano, então é um trabalho rápido e fácil", afirmou o major Euler Arrais, da Companhia de Engenharia do Exército.
Mas a terraplenagem é apenas o começo. Para que o campo receba as primeiras famílias, ainda precisará ser erguida a infrestrutura básica. "Prevejo que em alguns dias pessoas já possam ser transferidas", afirmou o general Floriano Peixoto, comandante da Minustah, a força de paz da ONU.

Dinheiro
A construção será financiada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). A ideia é que seja minimamente organizado em ruas, com creche, escola e posto de saúde. Haveria também uma área de lazer com quadras esportivas.
A modelagem dos campos ainda está sendo definida. Há duas hipóteses: grandes campos concentrados em poucas áreas, ou unidades menores, margeando avenidas.
A situação dos acampamentos improvisados no centro de Porto Príncipe é precária. Na praça em frente ao palácio presidencial, barracas são presas a postes. Famílias se espremem para se proteger do sol forte, em busca dos poucos espaços com sombra. Não há água potável, apenas esgoto. O cheiro de urina é forte.
Por toda a cidade a realidade se repete, em aglomerações com milhares de barracas. Por isso, a retirada das pessoas da zona central passou a ser a prioridade nos esforços de ajuda pós-terremoto, agora que os mortos já foram retirados das ruas e não há mais como encontrar sobreviventes. (FZ)


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