|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Hillary termina visita sem críticas duras à China
Diplomatas chineses avaliam que presença de secretária levou país a "outro patamar" aos olhos americanos e que não haverá mais "reprimendas"
"China Daily"/Reuters
|
|
Hillary Clinton lê jornal do governo chinês antes de participar de bate-papo com internautas
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, encerrou ontem sua visita de 42 horas à China atendendo a um
culto em um templo protestante, reunindo-se com representantes da sociedade civil chinesa e participando de um bate-papo online com internautas
chineses.
Em vez de visitar um dos milhares de templos cristãos clandestinos e perseguidos de Pequim, ela foi a uma igreja autorizada e dirigida pelo governo,
no bairro universitário de Haidian - assim como o ex-presidente George Bush fez em
agosto, durante a Olimpíada de
Pequim.
Em sua reunião na embaixada, nenhum dissidente político.
O chat na internet foi realizado
na sede do jornal "China Daily",
principal publicação em inglês
do governo chinês.
Com exceção da ênfase em
cooperação ambiental e na discussão do aquecimento global,
a visita de Hillary à China não
foi muito diferente das feitas
por seus antecessores republicanos.
Ela só falou de direitos humanos, mas sem criticar os anfitriões, quando questionada
pelos poucos jornalistas autorizados pelo governo chinês a cobrir a visita. Hillary repetiu várias vezes que busca "mais colaboração e aprofundar as relações com a China".
Diplomatas chineses ouvidos
pela Folha comemoraram a visita, dizendo que ela significa
que a China já atingiu "outro
patamar" aos olhos americanos
e que não levará mais "reprimendas" em temas como os direitos humanos.
Na reunião organizada pela
embaixada, 22 feministas chinesas conversaram com Hillary sobre os direitos da mulher na China.
A conversa foi descontraída e
muitas lamentaram que ela
não tivesse se tornado presidente dos EUA. Hillary gargalhou, satisfeita.
Uma das convidadas reclamou da mínima representação
feminina nas altas estruturas
do governo chinês e do Partido
Comunista. "Todo governo
precisa de mais mulheres", respondeu Hillary.
Dez mulheres que não foram
convidadas ao evento organizaram um pequeno protesto com
cartazes em inglês relembrando o discurso de Hillary quando esteve na capital chinesa em
1995.
Ela era então primeira-dama
americana e participava de
uma conferência internacional
sobre a mulher. Falou da importância dos direitos humanos e disse que não era justo
que pessoas fossem presas apenas por apresentar pacificamente suas opiniões.
As manifestantes erraram de
endereço - o protesto foi na
sede da antiga embaixada americana, fechada no ano passado.
Hillary estava na nova, a muitos quilômetros dali. O protesto durou dez minutos - todas
foram levadas para delegacia
pela polícia chinesa para prestar esclarecimentos.
Texto Anterior: Reino Unido endurece regras de imigração Próximo Texto: Títulos: Americana pede investimento no tesouro dos EUA Índice
|