São Paulo, terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

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EUA minimizam exclusão de novo órgão regional

SAMY ADGHIRNI
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, minimizou ontem o objetivo dos 32 países reunidos na Cúpula de Cancún de lançar uma entidade regional sem a presença de EUA e Canadá para se contrapor à OEA (Organização dos Estados Americanos), tida como alinhada a Washington.
"Não vemos [na nova entidade] uma maneira de excluir os EUA. Não vejo uma "OEA do B".
Consideramos como algo bom que os países da América Latina melhorem sua integração", disse Shannon a jornalistas na Fiesp, em meio à primeira visita a São Paulo desde que assumiu oficialmente o cargo em Brasília, há três semanas.
O novo órgão regional pretende fundir a Calc (Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe), cuja primeira reunião ocorreu em 2008, na Bahia, com o Grupo do Rio, fórum político também fundado no Brasil, em 1986. A manobra visa, entre outras razões, reintegrar Cuba aos mecanismos multilaterais regionais, já que a ilha não faz parte da OEA -Honduras está excluído do órgão de maneira temporária.
Apesar de alguns focos de tensão regional, como a relação Venezuela-Colômbia, e da retórica antiamericana que predomina em governos como os do venezuelano Hugo Chávez e do boliviano Evo Morales, Shannon disse que o momento é de entendimento.
"Do nosso ponto de vista, estamos tendo um momento de muito diálogo e integração em toda a América. Os países do hemisfério estão interessados em encontrar formas de intensificar o diálogo", disse Shannon, que até meses atrás era chefe da diplomacia dos EUA para a América Latina.
O atual subsecretário dos EUA para a região, Arturo Valenzuela, usou o mesmo tom de Shannon. "À primeira vista, não há nenhum problema", disse Valenzuela durante evento acadêmico em Washington.
Mas ele ressaltou que "há uma proliferação de iniciativas semelhantes, que não têm tanto conteúdo como deveriam".


Folha Online

Leia coluna de Clóvis Rossi

www.folha.com.br/1005317




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