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EUA minimizam exclusão de novo órgão regional
SAMY ADGHIRNI
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo embaixador dos EUA
no Brasil, Thomas Shannon,
minimizou ontem o objetivo
dos 32 países reunidos na Cúpula de Cancún de lançar uma
entidade regional sem a presença de EUA e Canadá para se
contrapor à OEA (Organização
dos Estados Americanos), tida
como alinhada a Washington.
"Não vemos [na nova entidade] uma maneira de excluir os
EUA. Não vejo uma "OEA do B".
Consideramos como algo bom
que os países da América Latina melhorem sua integração",
disse Shannon a jornalistas na
Fiesp, em meio à primeira visita a São Paulo desde que assumiu oficialmente o cargo em
Brasília, há três semanas.
O novo órgão regional pretende fundir a Calc (Cúpula da
Unidade da América Latina e
do Caribe), cuja primeira reunião ocorreu em 2008, na Bahia, com o Grupo do Rio, fórum
político também fundado no
Brasil, em 1986. A manobra visa, entre outras razões, reintegrar Cuba aos mecanismos
multilaterais regionais, já que a
ilha não faz parte da OEA
-Honduras está excluído do
órgão de maneira temporária.
Apesar de alguns focos de
tensão regional, como a relação
Venezuela-Colômbia, e da retórica antiamericana que predomina em governos como os
do venezuelano Hugo Chávez e
do boliviano Evo Morales,
Shannon disse que o momento
é de entendimento.
"Do nosso ponto de vista, estamos tendo um momento de
muito diálogo e integração em
toda a América. Os países do
hemisfério estão interessados
em encontrar formas de intensificar o diálogo", disse Shannon, que até meses atrás era
chefe da diplomacia dos EUA
para a América Latina.
O atual subsecretário dos
EUA para a região, Arturo Valenzuela, usou o mesmo tom de
Shannon. "À primeira vista,
não há nenhum problema", disse Valenzuela durante evento
acadêmico em Washington.
Mas ele ressaltou que "há uma
proliferação de iniciativas semelhantes, que não têm tanto
conteúdo como deveriam".
Folha Online
Leia coluna de Clóvis Rossi
www.folha.com.br/1005317
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