São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 2011

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Obama pede a Dilma apoio a resolução contra iranianos

Presidente americano conversou com líder brasileira sobre tema durante visita ao Brasil, no fim de semana

Texto que prevê um relator especial para o Irã será votado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU até 6ª

LUCIANA COELHO
EM BOSTON

Os EUA estão pressionando o Brasil a copatrocinar uma resolução contra o Irã no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, e o presidente Barack Obama pediu o apoio pessoalmente à sua colega Dilma Rousseff, apurou a Folha.
O Conselho votará nesta semana, ao fim de sua sessão semestral, uma resolução para nomear um relator especial que investigue denúncias de abusos de direitos humanos no Irã. O Brasil deve votar a favor da nomeação.
A medida é reservada a casos graves e colocará o Irã na berlinda ao lado de Coreia do Norte, Mianmar e Camboja (outros cinco países também são alvo de monitoramento especial do organismo).
O Brasil apoiou o debate da questão no Conselho e já indicou que votará a favor do envio do relator- o que poria fim a 10 anos de abstenções em relação ao Irã na extinta Comissão de Direitos Humanos da ONU e na Assembleia Geral, em Nova York.
O Itamaraty argumenta que a Assembleia Geral não é o fórum adequado para a questão e lembra que o Irã nunca foi levado a voto no Conselho, criado em 2006.
Em 2010, o país passou por sua revisão periódica em Genebra, quando o Brasil chegou a criticá-lo, sem contudo pedir mecanismos especiais.
Desta vez, porém, diplomatas ouvidos pela Folha afirmam que, embora esperem orientação final da presidente, a janela de oportunidade para dialogar com o Irã se esgotou.
A posição tradicional do Itamaraty é a de que é melhor atrair um país problemático para o diálogo do que isolá-lo com medidas mais duras, mas o Irã tem continuamente se recusado a cooperar.
Dilma tratou especificamente da questão com Obama durante a visita do americano ao país no último fim de semana. Segundo fontes no governo, ela ouviu o pedido de copatrocínio sem dar uma resposta final.
Ativistas defendem o copatrocínio. "O voto a favor [da resolução] é o mínimo", disse à Folha Camila Assano, da Conectas Direitos Humanos. "Um copatrocínio amplo, de diferentes regiões, dá força ao mandato. O Brasil, por seu peso e compromisso com os direitos humanos, não deveria ficar de fora."
O texto, enxuto, foi apresentado na semana passada por Suécia, EUA, Moldova, Panamá e Macedônia. A votação deve ocorrer na quinta ou na sexta-feira.
A Conectas lançou um abaixo-assinado para encaminhar ao Palácio do Planalto uma petição pelo voto a favor da resolução. O texto conta com 469 assinaturas até agora e pode ser acessada em www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N7309.


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