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ESTUDO
Expansão do país ajuda a melhorar as estimativas sobre miseráveis, diz relatório do Banco Mundial; África piora
Crescimento da China derruba a
pobreza mundial
LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
A pobreza no mundo caiu nos
últimos anos, segundo o principal
indicador de renda usado pelo
Banco Mundial (Bird) para medir
melhorias sociais. O resultado foi
puxado sobretudo pela China. Na
América Latina, a pobreza ficou
praticamente estagnada. Na África, cresceu.
Em 1990, 1,219 bilhão de pessoas
viviam com menos de US$ 1 por
dia, o que representava 27,9% da
população mundial. Em 2001,
eram 1,101 bilhão (21,3%). No
mesmo período, o número de chineses com menos de US$ 1 por dia
caiu de 377 milhões (o equivalente a 33% do total de habitantes do
país) para 212 milhões (16,6%).
Se a comparação for feita com
base em dados de 1981, a pobreza
mundial caiu à metade. Naquele
ano, 39,5% da população mundial
vivia com menos de US$ 1 diário.
Os dados fazem parte do acompanhamento que o Bird faz tendo
em vista as chamadas Metas do
Milênio -objetivos de melhoria
em vários campos da área social.
Excluindo os dados da China,
também há uma queda da pobreza mundial, mas em menor proporção. Eram 26,1% da população
do planeta com menos de US$ 1
em 1990, ante 22,8% em 2001.
Segundo o Bird, em termos globais as metas deverão ser alcançadas. A instituição ressaltou, no entanto, que a África ficará para trás.
"A África é o ponto central da pobreza. Quando se olha para educação, saúde e ambiente, fica claro
que os objetivos não serão alcançados", disse James Wolfensohn,
presidente do Bird.
Em 1990, 11,3% da população da
América Latina e do Caribe vivia
com menos de US$ 1 por dia. Em
2001, o percentual caiu para 9,5%.
No entanto, em termos absolutos,
o número de pobres na região subiu. De 49 milhões de pessoas
passou para 50 milhões. Ou seja, a
parcela de pobres caiu porque a
população aumentou no período.
Na África Subsaariana, a população pobre cresceu tanto em termos proporcionais quanto em
números absolutos. Em 1990,
eram 227 milhões de africanos daquela parte do continente com
renda inferior a US$ 1 por dia, ou
44,6% da população. Em 2001, a
parcela de pobres medida por esse indicador subiu para 46,5%
(314 milhões de pessoas).
Outro dado que mede a condição de pobreza na África é a taxa
de mortalidade infantil, que ficou
praticamente estagnada na região. Em 1990, de cada mil crianças, 178 morriam antes de completar cinco anos. Em 2000, o número caiu para 171.
A meta do milênio para a pobreza é chegar ao ano de 2015 com
734 milhões de pessoas vivendo
com menos de US$ 1 por dia, ou
12,5% da população mundial. As
Metas do Milênio foram definidas
em setembro de 2000, endossadas
por 189 países.
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