São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2008

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Separatistas da Somália resgatam navio árabe

Potências da ONU estudam resolução contra pirataria

DA REDAÇÃO

Soldados somalis libertaram ontem um navio dos Emirados Árabes Unidos seqüestrado por piratas quando se aproximava na segunda-feira da cidade portuária de Bosasso, levando alimentos e carros. Após breve confronto, as tropas de Puntland -região semi-autônoma no noroeste da Somália- tomaram o controle do cargueiro Al Khaleej e libertaram os 16 tripulantes.
"Prendemos sete piratas. Nós vamos indiciá-los e a pena para pirataria em nosso país é a morte. Eles serão mortos", afirmou Abdullahi Said Samatar, ministro da Segurança da região, que se queixou da falta de apoio internacional ao resgate. Uma das áreas mais estáveis da Somália, país cingido pela guerra civil e sem governo central efetivo, Puntland não é reconhecida como Estado.
Samatar diz ter enviado tropas para resgatar também o pesqueiro espanhol capturado no domingo. Um eventual embate no mar não representará risco para os seqüestrados -os 26 tripulantes já estão em terra e passam bem, segundo o capitão do barco, Amadeo Álvarez.
A Espanha reconhece o governo federal da Somália -que, em meio à guerra civil, tem pouco poder efetivo, e expressou "total apoio à Espanha na busca por uma solução rápida e efetiva do seqüestro". O embaixador do país no Quênia foi enviado a Mogadício para tentar solucionar a crise.
Um dos tripulantes, Mikel Arana, disse por telefone ao pai que os seqüestradores a bordo são dez militares, "muito bem preparados, bem armados e organizados". Arana contou que eles esperam a chegada do líder do grupo para negociar.
A costa da Somália, com passagem estratégica do Mar Vermelho para o Índico, é uma das regiões mais perigosas para a navegação, segundo o Birô Marítimo Internacional, agência da ONU especializada em segurança da Marinha Mercante, que contabilizou 31 casos de pirataria no país em 2007. França, Estados Unidos e Reino Unido discutem uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que autorize os países a combaterem piratas fora de suas fronteiras.
No início do mês, piratas somalis seqüestraram o veleiro Le Ponant, uma embarcação turística de luxo, de bandeira francesa. Após o pagamento de resgate e soltura da tripulação, a Marinha da França prendeu seis criminosos, recuperando parte do dinheiro pago.


Com agências internacionais


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