São Paulo, sábado, 23 de abril de 2011

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FOCO

Rei da Suazilândia viaja para casamento e revolta súditos

DAVID SMITH
DO "GUARDIAN"

O rei Mswati 3º não é alguém que costume perder um casamento: o autocrático chefe de Estado da Suazilândia, pequeno país no sul da África, tem 13 esposas e promove um baile anual no qual pode escolher uma nova mulher entre dezenas de milhares de virgens de seios nus.
Na próxima semana, Mswati será um dos convidados VIPs na abadia de Westminster para o casamento do príncipe William e de Kate Middleton.
Vai assistir a um evento em versão um pouco mais austera promovido pela família real britânica.
Mas o convite ao rei provocou a ira de seus súditos, que acusam o Reino Unido de "legitimar" seu monarca, que reina sobre um dos países mais pobres do mundo e que é recordista no índice de doentes de Aids (um quarto da população adulta).
Quando o rei, que tem fortuna de cerca de US$ 100 milhões, embarcar para Londres, deixará para trás um Estado em turbulência. Na semana passada, suas forças de segurança reprimiram brutalmente manifestantes que reivindicavam reformas democráticas.
Mary Pais da Silva, coordenadora da Campanha Democracia na Suazilândia, condena Mswati por fazer grandes planos de viagem enquanto quase 70% da população suazi vive na pobreza absoluta. "Por nós, ele não iria a lugar algum", disse ela.
Na Suazilândia, os partidos políticos são proibidos, e ativistas são regularmente detidos e torturados.
Ativistas suazis em Londres planejam montar um piquete na noite de terça-feira diante do hotel cinco estrelas onde Mswati deve se hospedar com seu cortejo de 50 pessoas.
Um porta-voz de Clarence House, onde os noivos viverão, disse que os chefes de Estado convidados são membros de famílias reais, "conforme requer o protocolo".


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