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IRAQUE OCUPADO
Agência quer saber se houve erro nos levantamentos que ligavam o ex-ditador a armas de destruição em massa
CIA revisa relatórios sobre armas de Saddam
DA REDAÇÃO
A CIA (serviço secreto americano) começou a revisar documentos anteriores à guerra no Iraque
para determinar se houve erro em
relatórios de inteligência que indicaram ligações entre grupos terroristas e o regime do ex-ditador
Saddam Hussein, além da produção de armas não-convencionais
(químicas e biológicas).
Segundo o jornal americano
"The New York Times", o diretor
da CIA, George Tenet, criou uma
equipe para investigar relatórios
secretos que circularam dentro da
agência antes do início da guerra,
em 20 de março.
A suposta produção dessas armas e o suposto financiamento de
terroristas pelo regime foram as
justificativas da coalizão anglo-americana para invadir o Iraque.
Em dois meses de investigações,
não há indícios de nenhuma das
duas coisas.
A revisão dos relatórios, até agora mantida sob sigilo, foi proposta
pelo secretário americano da Defesa, Donald Rumsfeld, em outubro -cinco meses antes da guerra. Rumsfeld foi um dos defensores mais veementes da invasão.
Antes da guerra, uma série de
"provas" apresentadas pela coalizão foi questionada.
Em fevereiro, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, exibiu ao Conselho de Segurança da
ONU fotos aéreas, documentos e
outros supostos indícios de que o
Iraque possuiria armas químicas
e biológicas, além de laboratórios
móveis para sua produção, cuja
autenticidade nunca foi provada.
Powell também chegou a citar um
suposto contrato de compra de
500 kg de urânio entre o Iraque e
Níger, que mais tarde a AIEA
(Agência Internacional de Energia Atômica) provou ser falso.
Já o governo britânico teve que
pedir desculpas por divulgar como "prova" do envolvimento do
Iraque com o terrorismo um trabalho escolar feito havia dez anos.
Manutenção da paz
Em Bagdá, as forças americanas
começaram ontem a substituir a
3ª Divisão de Infantaria pela 1º Divisão Blindada do Exército, especializada em manutenção da paz.
A medida dá inicio à nova etapa
dos planos militares dos EUA para o Iraque, que prevê a redução
do contingente militar no país de
170 mil para 100 mil homens.
As forças americanas anunciaram ontem a prisão de mais um
integrante da lista de 55 iraquianos mais procurados. Aziz Saleh
al Numan, ex-líder do Baath preso perto de Bagdá, é o oitavo da
lista. A ordem dos foragidos foi
revista pelos EUA, e a posição de
parte dos 25 capturados, elevada.
Em um novo incidente em Fallujah, cidade a oeste de Bagdá onde 18 civis iraquianos foram mortos em confrontos com militares
americanos em abril, dois civis
iraquianos foram mortos ontem
por soldados americanos, segundo testemunhas. As forças dos
EUA disseram ter reagido a um
ataque a granada contra um de
seus veículos blindados.
Em Nova York, o diretor do
Programa Mundial de Alimentação da ONU, James Morris, anunciou que a distribuição de comida
para a população iraquiana começaria no próximo dia 1º, com
uma previsão inicial de 480 toneladas mensais. Com a paulatina
melhora das condições no país,
740 iraquianos refugiados no Líbano partiram ontem de volta.
Com agências internacionais
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