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LOUCURA VENENOSA
Intoxicação pode ter agravado sua doença
Arsênico é achado no cabelo de George 3º
DA FRANCE PRESSE
Cientistas britânicos encontraram arsênico no cabelo do
rei George 3º da Grã-Bretanha,
o que explicaria a gravidade e a
duração dos ataques de loucura de que sofreu o soberano. A
informação está num artigo
publicado na revista médica
britânica "The Lancet".
Os cientistas da Universidade
de Kent que conduziram o estudo, sob a direção do professor Martin Warren, lembraram
que George 3º (1738-1820) foi
coroado em 1760 e, durante seu
reinado, sofreu cinco acessos
de uma doença que associava
sintomas físicos a graves transtornos mentais.
A hipótese de que o rei sofreu
de porfiria, doença metabólica
hereditária que provoca dores
abdominais, câimbras, fraqueza muscular e transtornos psíquicos, foi proposta em 1966
por dois psiquiatras britânicos.
Uma intoxicação por arsênico poderia ter contribuído para
agravar esses sintomas, segundo o professor Warren. O cientista acredita que o arsênico
pudesse vir dos tratamentos
médicos à base de antimônio
ministrados ao rei.
Trata-se de "uma explicação
plausível para a duração e gravidade dos ataques da doença"
de George 3º, disse o cientista
no artigo que sairá hoje na
"The Lancet". "O arsênico teria
agravado os ataques de porfiria."
Uma forte concentração de
arsênico (17 partes por milhão)
foi encontrada nos cabelos do
rei. "O arsênico estava espalhado de maneira regular ao longo
dos cabelos, o que permite
imaginar que tenha se incorporado à sua estrutura" durante o
crescimento dos cabelos, segundo os cientistas.
Pode ser traçada uma comparação com outro caso histórico. Também foi encontrado
arsênico no cabelo de Napoleão Bonaparte, fato que, há
anos, alimenta a polêmica em
torno da causa da morte do imperador, ocorrida em 5 de maio
de 1821: envenenamento ou
câncer do estômago.
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