São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2008

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JUSTIÇA INTERNACIONAL

Sudão traz a Brasília lobby contra indiciamento de Bashir

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em reação ao seu indiciamento por crimes contra a humanidade pelo procurador do Tribunal Penal Internacional, o presidente do Sudão, Omar Hassan al Bashir, despachou emissários para ações de relações públicas na América Latina, na Ásia e no Oriente Médio -onde deseja obter apoio político.
Depois de ser recebido no Itamaraty e no Palácio do Planalto nesta semana, o vice-ministro das Relações Exteriores, Ali Ahmed Karti, deu entrevista e disse que os interesses de EUA, Reino Unido e França em Darfur estão por trás das acusações contra Bashir.
"O indiciamento tem motivação política. Em Darfur há reservas de urânio, petróleo, as pessoas sabem o que está acontecendo", afirmou.
Karti classificou o indiciamento como "um novo problema" para o país e prometeu reação no caso de julgamento ou prisão de Bashir. O vice-ministro questionou a legitimidade do TPI, uma vez que o Sudão não é signatário do tratado que constituiu o tribunal.
O presidente sudanês foi indiciado pelo procurador do TPI, Luis Moreno Ocampo, por genocídio e outros crimes contra a humanidade, após o massacre de mais de 300 mil pessoas na região de Darfur. Ocampo quer um mandado de prisão, mas o tribunal ainda não deliberou.
Durante sua visita a Brasília, Karti foi recebido pelo assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e pelo secretário-geral das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães.
Segundo o relato do sudanês, os dois disseram que o Brasil vai apoiar iniciativas que levem paz à região, mas não se comprometeram em relação ao processo do TPI. Procurados pela Folha, os dois não se pronunciaram.


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