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JUSTIÇA INTERNACIONAL
Sudão traz a Brasília lobby contra indiciamento de Bashir
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em reação ao seu indiciamento por crimes contra a
humanidade pelo procurador do Tribunal Penal Internacional, o presidente do Sudão, Omar Hassan al Bashir,
despachou emissários para
ações de relações públicas na
América Latina, na Ásia e no
Oriente Médio -onde deseja
obter apoio político.
Depois de ser recebido no
Itamaraty e no Palácio do
Planalto nesta semana, o vice-ministro das Relações Exteriores, Ali Ahmed Karti,
deu entrevista e disse que os
interesses de EUA, Reino
Unido e França em Darfur
estão por trás das acusações
contra Bashir.
"O indiciamento tem motivação política. Em Darfur
há reservas de urânio, petróleo, as pessoas sabem o que
está acontecendo", afirmou.
Karti classificou o indiciamento como "um novo problema" para o país e prometeu reação no caso de julgamento ou prisão de Bashir. O
vice-ministro questionou a
legitimidade do TPI, uma vez
que o Sudão não é signatário
do tratado que constituiu o
tribunal.
O presidente sudanês foi
indiciado pelo procurador do
TPI, Luis Moreno Ocampo,
por genocídio e outros crimes contra a humanidade,
após o massacre de mais de
300 mil pessoas na região de
Darfur. Ocampo quer um
mandado de prisão, mas o
tribunal ainda não deliberou.
Durante sua visita a Brasília, Karti foi recebido pelo assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e pelo secretário-geral
das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães.
Segundo o relato do sudanês, os dois disseram que o
Brasil vai apoiar iniciativas
que levem paz à região, mas
não se comprometeram em
relação ao processo do TPI.
Procurados pela Folha, os
dois não se pronunciaram.
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