São Paulo, terça-feira, 23 de agosto de 2011

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Secretário da ONU acusa ditador sírio de descumprir palavra

Três opositores ao regime de Assad foram mortos ontem, quando ocorria visita de missão humanitária

Semana passada, Assad garantira que as operações militares contra manifestantes haviam terminado

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou duramente ontem o ditador sírio, Bashar Assad, e disse que é "perturbador como ele não tem cumprido sua palavra" de cessar os ataques contra manifestantes opositores.
Segundo Ban, na semana passada, Assad afirmara em conversa telefônica que já havia interrompido as "operações militares" contra protestos pró-democracia no país.
No entanto, ontem, durante a visita de uma missão humanitária das Nações Unidas à cidade de Homs, terceira maior do país, outras três pessoas foram assassinadas por forças de segurança, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Policiais e homens armados à paisana começaram a atirar depois que centenas de pessoas tomaram as ruas para saudar os funcionários da ONU, que viajaram ao país para avaliar as necessidades básicas da população depois de cinco meses de protestos.
Imagens transmitidas pela TV Al Jazeera mostraram uma multidão que entoava lemas como "o povo quer a derrubada do regime". A missão, que inicialmente ficaria até quinta-feira, foi aconselhada a deixar o país depois do episódio violento. De acordo com a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, mais de 2.200 pessoas foram assassinadas pelo governo desde que os protestos massivos iniciaram, em março.
Organismos de direitos humanos denunciavam a morte de um número aproximado, mas havia dificuldade para confirmar as informações, já que jornalistas de veículos independentes têm sido expulsos da Síria.
Em sessão de urgência, 25 membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU, incluindo países árabes, apresentaram ontem projeto de resolução reivindicando uma comissão internacional de inquérito sobre supostos crimes contra a humanidade na Síria. No domingo, Assad advertiu à comunidade internacional dizendo que "qualquer ação militar contra o país terá consequências muito mais graves do que se imagina".
A declaração foi uma reação aos apelos do presidente dos EUA, Barack Obama, que exigiu sua renúncia na última semana. França, Alemanha e Reino Unido emitiram um comunicado conjunto pedindo o mesmo. A ex-aliada Turquia disse que a situação é insustentável.


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